Talvez exista
algum grupo em que as pessoas possam se sentar em círculos e discutir sobre o vicio
em questão. Algum lugar em que seu nome seja chamado e você possa contar sua
história, como começou, dizer a todos que já faz alguns dias em que não caiu em
tentação. E bem no fundo saber que está mentindo, pois todos os dias você
aplica mais um pouco de sua droga preferida.
A sensação é
muito boa, viciante e algumas vezes quase degradante, você quer mais, cada vez
mais... Parece ser vergonhoso guando você diz a alguém conhecido sobre as
varias vezes em que aconteceu, foram muitas. Mesmo que a pessoa que escutar de
sua boca a numeração exata, não te julgue abertamente. A consciência lhe diz
que não é normal, mas a satisfação supera tudo o mais.
Alguns fabricantes
são melhores que outros, seus nomes são conhecidos para quem entende do assunto,
sinônimo da boa qualidade ou pelo menos, de uma ótima viagem. Seus produtos
mesmo depois de usados e amassados têm certo valor de troca, pois se torna cada
vez mais viciantes e a espera de se encontrar uma droga nova no mercado, talvez
bem mais forte que a anterior, é torturante.
Essas histórias
não me largam mais, acondicionadas em papeis velhos, novos ou até mesmo na tela
de um computador. Elas são feitas de momentos alegres, tristes, momentos de exaltação
que não saem de minha cabeça tão fácil assim. E a alegria de obtê-las e as
colocar em um lugar onde possam ser vistas e admiradas como o troféu da leitura
que ti faz lembrar-se de bons momentos que realmente não aconteceram. Isso sim
é uma droga, os esqueletos no armário que acumulo dia após dia, noite após noite,
cada vez mais ocupando espaço em minha mente e em minha casa.
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