quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

As Brumas de Avalon


   Conheci a autora Marion Zimmer Bradley e comecei a ler a coleção “As Brumas de Avalon” em volumes de capa dura vermelha, na acabada biblioteca de minha cidade.  Assim fui me aprofundando na história até conseguir os quatro livros para minha estante.

Livro I - "A Senhora da Magia"
Livro II - "A Grande Rainha"
Livro III - "O Gamo Rei"
Livro IV - "O Prisioneiro da Árvore" 


   A autora coloca as mulheres em primeiro plano na clássica história do Rei Artur. Fazendo com que o lado feminino seja o fio condutor e as situações aconteçam principalmente como fruto das decisões e maquinações das mulheres.


   O primeiro livro começa dando foco na vida de Igraine, mãe de Morgana e Artur, e nas decisões que ela deve tomar. 


   Igraine esta esperando a visita de sua irmã Viviane, sacerdotisa de Avalon, e de um Druida, que possui o titulo de Merlim. Nesse tempo Artur ainda não era nascido, apenas Morgana com poucos anos de vida. A visita de Viviana e Merlim diz respeito aos planejamentos futuros a que Igraine terá que tomar para que Artur nasça e seja  o futuro rei que trará união e paz para seu povo.

"... a Fada Morgana não se casou, mas foi mandada à escola, num convento, onde se tornou uma grande senhora da magia"


   A História é narrada por Morgana que, ao longo dos quatro livros. Ela da suas opiniões e conclusões sobre as situações ocorridas e os erros cometidos. Mesmo guando Morgana não está presente a narradora continua a ser ela, que possui o poder de visualizar o futuro e o passado que mesmo de forma truncada e embaçada lhe facilita construir o quebra cabeça da história, alem de poder capitar pensamentos dos personagens ao seu redor.



quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

A Sensação é Muito Boa

Talvez exista algum grupo em que as pessoas possam se sentar em círculos e discutir sobre o vicio em questão. Algum lugar em que seu nome seja chamado e você possa contar sua história, como começou, dizer a todos que já faz alguns dias em que não caiu em tentação. E bem no fundo saber que está mentindo, pois todos os dias você aplica mais um pouco de sua droga preferida.

A sensação é muito boa, viciante e algumas vezes quase degradante, você quer mais, cada vez mais... Parece ser vergonhoso guando você diz a alguém conhecido sobre as varias vezes em que aconteceu, foram muitas. Mesmo que a pessoa que escutar de sua boca a numeração exata, não te julgue abertamente. A consciência lhe diz que não é normal, mas a satisfação supera tudo o mais.

Alguns fabricantes são melhores que outros, seus nomes são conhecidos para quem entende do assunto, sinônimo da boa qualidade ou pelo menos, de uma ótima viagem. Seus produtos mesmo depois de usados e amassados têm certo valor de troca, pois se torna cada vez mais viciantes e a espera de se encontrar uma droga nova no mercado, talvez bem mais forte que a anterior, é torturante.


Essas histórias não me largam mais, acondicionadas em papeis velhos, novos ou até mesmo na tela de um computador. Elas são feitas de momentos alegres, tristes, momentos de exaltação que não saem de minha cabeça tão fácil assim. E a alegria de obtê-las e as colocar em um lugar onde possam ser vistas e admiradas como o troféu da leitura que ti faz lembrar-se de bons momentos que realmente não aconteceram. Isso sim é uma droga, os esqueletos no armário que acumulo dia após dia, noite após noite, cada vez mais ocupando espaço em minha mente e em minha casa.      

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Profecias, Lendas e Personagens Malditos



16º volume da enciclopédia do ocultismo As Ciências Proibidas.

Uma coleção com vinte volumes de capa dura, que possuo todos. Reuni vários temas para quem tem a mente aberta e consiga relevar uma quantidade enorme de erros ortográficos. Cheio de informações interessantes para quem gosta do assunto ou tenha a curiosidade de saber um pouco mais.


"Profecias, Lendas e Personagens Malditos"






Sumário

1. Acertos de Nostradamus 9
2. Visões de São Malaquias 17
3. As Profecias Desconhecidas 25
4. Horrores do ano 2000 33
5. A "Lenda" do Licantropo 45
6. O porque dos vampiros 53
7. Nasceu o Anti Cristo? 65


Sobre a Série


Série lançada em 1987 pela Editora Século Futuro, é caraterizada pelas imagens fortes e temas polêmicos. Rica em ilustrações, apresenta em seus volumes informações que outros livros abordam de maneira superficial, e de uma maneira bem sensacionalista e radical. Série indicada para os amantes do Sobrenatural em geral. Confira os 20 volumes que compõem esta excelente série:



sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Sarau "Poemus"

Colégio Estadual Arnor Silvestre Vieira

 Parapeúna, distrito de Valença (RJ) 
fronteira com Rio Preto (MG)

Sarau "Poemus"

IV edição
Homenageando: Elis Regina e Mario de Andrade

- 28/08/2015 -



Poema: "Morte do Leiteiro" Carlos Drummond de Andrade













































Poema: "Eu Não Existo Sem Você" Vinicius de Moraes

























domingo, 5 de julho de 2015

Existe Muita Coisa

UM FATO QUE NÃO pode ser modificado e que por mais que tentemos corrigi-lo é: existe muita coisa acontecendo por de baixo de nossos narizes, acontecimentos por de baixo dos panos, este é o fato mais comum da existência. Digo isso simplesmente por ter a certeza de que é totalmente verdade e não simplesmente paranoia de minha parte.

Uma das coisas que acontecem sem nossa total consciência dos fatos é que um conhecido mesmo longe e você não sabendo onde ele está ou o que faz. Continua a existir, pensar e interagir com pessoas que você pode conhecer ou não. E que esse conhecido pode estar falando de você neste exato momento em que está lendo esse texto. Espero do fundo de meu coração que fale bem, talvez sua orelha esteja queimando, isso nunca é um bom sinal.

Coisas simples da vida e que não podemos controlar de todo, são o exemplo mais comum do que esta por baixo de nossos narizes. Pense agora que aquele amigo fofoqueiro escutou toda a conversa que seu conhecido teve com outra pessoa, sobre você, e esse amigo venha ti contar palavra por palavra o que vil e escutou. Agora você soube que algo aconteceu, totalmente fora de seu alcance, e irá tirar satisfações sobre o ocorrido. Saber se o que teve noticia foi realmente verdade e quem sabe começar uma boa briga, ficar de mal com o conhecido e agradecer ao amigo espião.

Estas são realidades possíveis e que acontecem todos os dias em todas as cidades, todos os países e talvez em outros mundos. Si é que existe vida fora daqui, mais uma coisa que não podemos saber ao certo, quase impossível nas atuais circunstâncias em que vivemos, e nenhum amigo fofoqueiro pode nos dizer a verdade.


“Há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia.” Disse aquele que entendia das coisas, e que com toda a certeza tinha seus informantes. Posso colocar muitos exemplos de assuntos que não conhecemos de todo, existem pessoas que não saíram do mundinho de sua própria cidade, e só sabem o que há lá fora através da TV e me incluo aí. Agora eu ti pergunto, como saber se o que a TV diz é verdade? 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Operação Cavalo de Troia

Ou Apenas Cavalo de Troia


Adquiri através de troca no site "Livra Livro"
Enviado do Rio de Janeiro (RJ) para Rio Preto (MG)
17.07.2015 (Entrega)

   Finalmente consegui ler o livro “Operação Cavalo de Troia - Jerusalém” o primeiro volume de uma história que entrei em contato pela primeira vez através de uma edição mais antiga, na acabada biblioteca publica de minha cidade, mas que não consegui levar adiante, na época.

Edição mais antiga, biblioteca publica de minha cidade.
Esse volume mais novo que li completamente, tem o nome abreviado “Cavalo de Troia – Jerusalém”. Isso não me agradou. Simplesmente por acreditar que o corte da palavra "operação" possa gerar uma maior confusão no leitor quando ele entrar em contato pela primeira vez com essa edição. O que talvez tenha sido uma ótima decisão editorial para ganhar o leitor pela maior curiosidade de saber se o nome tem alguma coisa a ver com a Guerra de Troia.

Li o da biblioteca de minha escola, 
leitura terminada em 21.02.2015
O livro me ganhou pela promessa de uma viagem no tempo, eu simplesmente tinha que lê-lo. 

Adquiri através de troca no site "Livra Livro"
Enviado do Rio das Ostras (RJ) para Rio Preto (MG)
25.07.2015 (Entrega)

PS: Consegui o livro emprestado através da biblioteca de minha escola, lá existem os nove volumes desta enorme história.


Li o da biblioteca de minha escola, 
leitura terminada em 25.03.2015

Me marcou profundamente as poucas conversas que o general conseguiu ter com Jesus e uma delas é:

 Li o da biblioteca de minha escola, leitura terminada em 28.04.2015 
Adquiri através de troca no site "Livra Livro" 
Enviado de Cotia (SP) para Rio Preto (MG)
18.10.2015 (Entrega)

(Palavra de Jesus Cristo. Descritas por Jasão, nosso narrador o general)

"- Estais então equivocado. Deus não tem inimigos.


Aquela incisiva frase do Nazareno trouxe-me à memória muitas das crenças sobre um Deus justiceiro que condena ao fogo do inferno o que morre em pecado. E foi o que lhe disse. 

Cristo sorriu meneando a cabeça negativamente.

 
Adquiri através de troca no site "Skoob"
Enviado de Brasília (DF) para Rio Preto (MG)
03.11.2015 (Entrega)

- Os homens são hábeis manipuladores da Verdade. Um pai pode sentir-se aflito com as loucuras do filho, mas nunca condenaria os seus a um mal permanente. O inferno, como creem em teu mundo, significaria que uma parte da Criação haveria escapado das mãos do Pai… E posso assegurar que crer nisso é não conhecer o Pai."



("Cavalo de Troia, 1 - Jerusalém”, Autor: J. J. Benítez – Página, 195)



Adquiri através de troca no site "Skoob"
 Enviado de Cotia (SP) para Rio Preto (MG)
21.10.2015 (Entrega)


Pelo que o autor me deu a entender iremos seguir toda a história de Jesus cristo, partindo de poucos dias antes de sua crucificação. Onde Jasão, o grego pagão, descreve Jesus como um homem de condições físicas e altura invejável e mesmo assim um homem de paz.


Vemos sua ressurreição, e acompanhamos a todos os que estiveram em volta do mestre. Descobrindo segredos da infância não divulgada de cristo e se preocupando com os impasses que aparecem ao longo da história conduzida por Jasão, codinome de nosso general viajante do tempo. 

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

No Carnaval


O BLOCO ESTAVA NA RUA e ele andava por entre a multidão sentindo o calor dos corpos, o cheiro de suor e feromônios de pelo menos uma dúzia de mulheres lhe atraia como o imã atrai o ferro. O chapéu cobria-lhe os olhos lançando uma sombra que deixava dois pontos brilhantes aparecerem todas as vezes que avistava uma de suas escolhidas, que desaparecia por entre uma confusão de sons, corpos e cheiros reaparecendo logo depois. Vestia uma roupa branca, de pano fino que lhe caia confortavelmente pelo corpo, que apesar da sujeira que a multidão trazia com sigo, estava totalmente imaculada. Mostrava uma total indiferença por todos aqueles que lhe rodeavam alem de uma aparente insensibilidade pelos festejos, ficando marcante que ali não era seu lugar, mas nada daquilo tinha sido notado, ninguém o via nem sentia quando ele estava ao seu lado.  

- Cabelos de cobre.

Dizia ele para si mesmo, olhando em todas as direções norte, sul, leste, oeste. Seguiu a multidão que levantava por cima das cabeças uma caixa retangular de madeira revestida com lona preta e de aparência frágil. Uma cruz do mesmo material que compunha a caixa estava pregada em um de seus lados menores, um caixão improvisado. A cada vez que o fúnebre esquife era levantado, um corpo diferente estava dentro dele, sempre uma linda mulher. Aquilo satisfazia ao homem de roupa branca de tal forma que sentia ânsias de gargalhar no meio de todos os foliões, sabendo que não seria notado ou pelo menos que não dariam importância a mais um bêbado no meio de todos, simplesmente nem o escutando.

Tinha visto os cabelos flutuando por entre as pessoas que se aglomeravam na praça, procurou e ainda estava a procurar, sabia que não a perderia. A presença de algo novo, coisa muito rara para ele, o estava estimulando a prosseguir mesmo no meio de varias possibilidades tentadoras ao alcance de suas mãos. Aquele dia estaria perdido se não encontrasse o que tinha se proposto a conseguir. E justamente a encontrou em uma das vezes em que o esquife foi levantado. Lá estava ela e seus cabelos de cobre, aquilo o hesitou a ponte de querer avançar no mesmo momento e pegá-la nos braços. Tinha força para isso, sabia que podia, ninguém naquele lugar poderia impedi-lo, mas em vez disso resolveu esperar. A vil sorrir, gritar, levantar os braços para o céu e espernear, a vil descer do esquife e quase a perdeu novamente na multidão.

Não a conhecia, mas quando ela colocou os pés no chão e ele pode se aproximar. Toda a vida daquela mulher tão especial para ele, principalmente por sua aparência que a destacava de todos os outros, se tornou visível em sua mente. Compartilhou da alegria que Lara vivia naquele momento, Lara era o nome dela, agora ele sabia e não a perderia mais.

- Oi... 

Disse como se apenas aquela palavra revela-se todas as suas intenções. Lura se virou rapidamente, encontrando um robusto peitoral. Olhou para cima sentindo o desconforto habitual que tinha quando conversava com um homem mais alto o que na maioria das vezes acontecia, pois era uma menina pequena. Desconforto logo substituído por um sorriso deslumbrado, pois o que vil era o que tinha sonhado durante sua curta vida de dezesseis anos de idade. Deste que soube diferenciar o que era o homem ideal e o homem real, pois aquele rapaz não era real, não podia ser, mas estava ali. Não dizendo mais nada, ele pegou a mão esquerda de Lara e a cobrindo com suas mãos, levou calmamente a menina para de baixo das árvores da praça e fez com que ela se sentasse em um dos vários bancos de pedra. Lara não se controlava sobre seus pés, a partir do momento em que ele tocou suas mãos, estava perdida para sempre. Lara não pensava, só sabia sorrir para as mãos que a seguravam, acalmavam e a impediam de formar qualquer idéia coerente. Ninguém os via, pois a sombra das árvores pareceu aumentar a partir do momento que os dois foram engolidos por elas e se alguém os chegasse a notar, se sentiria incomodado e desviaria prontamente o olhar para não importunar o aparente casal de namorados. Foi justamente o que aconteceu, um garoto com seus vinte anos, vil os dois e tentou focar sua atenção no casal, mas desviou olhar e não quis saber mais daquilo, pois se interessava por Lara e se magoou por vê-la com outro homem.  

 - Você é o homem que eu sempre esperei – disse ela, não sabendo perfeitamente o que dizia, ainda não acreditava no que via.

 Deixou-se beijar, quando ele se inclinou em direção ao seu rosto. Porem o beijo na boca tão esperado deste o curto momento em que ela o vira, mudou de direção e posou em sua rosada bochecha esquerda.   

 - Durma, durma para nunca mais voltar.


 Ele cochichou depois do esperado espanto de Lara que fechando os olhos deixou-se escorregar do banco em direção ao chão de terra da praça. Porem o homem de branco foi mais rápido e a sustentou só assim a beijando longamente sob os lábios. Lara foi perdendo a cor, como se a pouca luz que caia sobre os dois a estivesse deixando aos poucos, seu corpo foi envolvido por uma leve nevoa branca que a cobriu totalmente e a absolveu deixando apenas o homem misterioso ajoelhado em frente ao banco.

***


Possui vários nomes, muitos dos quais não o definiam totalmente e tantos outros que o confundiam com alguns de seus irmãos. Mas, atualmente gostava de chamar a si próprio com o nome de Michael, porque lhe trazia belas recordações, era o que sempre dizia a algum igual que encontrasse pelo caminho.

Uma longa existência era apenas um privilégio para um homem como ele. Se é que poderia se definir assim, Michael era um deus que se criou do nada absoluto e um dia voltaria para o nada, mas se dependesse de Michael esse dia ainda estaria a milênios de distancia.


Como uma criatura sobrenatural, de acordo com as leis naturais criadas pelo homem, esse deus que teve um começo e inevitavelmente terá um fim, convive entre aqueles que o afastam simplesmente por acreditarem que não existe. Michael tira suas forças através do sacrifício de suas amadas, aquelas que por algum motivo se destacam por entre as multidões.   

*** 

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O amor preso em pequenas quantidades!


PENSO QUE SE ALGO  próximo daquilo chamado magia existisse no mundo, aqui entre nós, as regras do jogo seriam totalmente diferentes. Porque quando fazemos a realidade explicando tudo a nossa volta com a sabedoria da ciência, aquilo que tem de fantástico e sobrenatural se dissolve no ar. Passando para o lado da crendice popular ou apenas ficando nas páginas de livros ou a nas telas do cinema e da TV. Dependendo do ponto de vista a ignorância do funcionamento do universo pode alimentar a imaginação, nela a escuridão é povoada de monstros e o desconhecido é sempre mais bonito.

Imagine as possibilidades de um animal fantástico como um dragão, sobrevoando as cidades de concreto. Pense em algo mais simples como, por exemplo: uma poção do amor, a verdadeira de efeito imediato, que cause algo como uma admiração profunda e desejo de possuir a pessoa que for vista pela primeira vez. Um amor falsificado, ou melhor, uma paixão desenfreada que possa ti consumir por dentro até o momento em que consiga aquilo que desejar. E esfrie aos poucos sendo renovada com mais uma doze de magia liquida ou até mesmo com um efeito permanente. Afinal Tristão e Isolda se amaram por toda uma longa vida.

Nesse pequeno conto três garotos se apaixonarão por uma menina, a mais bela da escola, e por isso, a mais desejada, consequentemente a mais fútil e mimada.

Os três procuraram estar ao lado dela de todas as formas possíveis, bolando meios de conquistá-la. Ela não percebia ou simplesmente não se importava ou talvez até tivesse um pouco de divertimento, pois era garantido que gostava de ver e ser vista.

Cada um dos três por meios tenebrosos conseguiram a poção. Um pequeno frasco azulado que apenas continha sete gotas.

“O amor preso em pequenas quantidades!”

Dizia uma inscrição em letras minúsculas em cada um dos frascos. As instruções eram bem corretas:

“Nunca ministre mais que uma gota apenas, para se obter o temporário amor desejado.” 

Em uma bela tarde ensolarada, ela tomou vinte e uma gotas, sete em cada hora. E o feitiço fez seu efeito dilatando o coração da linda menina, acumulando o amor por três garotos inconsequentes. Ao final do dia, enlouquecida, se despediu com vários beijos calorosos, uma mistura de amor e contentamento, em quando o peito doía.

Ah noite quando se deitou em sua cama com a cabeça tão pesada pelos pensamentos, que não se evaporavam tão rapidamente, acumulados ao longo daquelas 24 horas. Custou a dormir, mas quando conseguiu, não acordou nunca mais.

Parece-me que os sonhos que ela teve eram muito bons.


Teve uma bela intoxicação de amor!


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Seus Pés não Encontraram o Chão


O PASSEIO ESTAVA MARCADO para o dia seguinte ao seu aniversario. Seria meio que um presente, que com certeza era o mais desejado de sua vida. Até o momento! Mal conseguira dormir, a ansiedade batia forte para o que seria apenas mais um dia de sua vida em que saia com seus amigos.

Acordou como se tivesse um despertador dentro de si, levantou, escovou os dentes, se vestiu, penteou os cabelos. O sol já estava alto lá fora.  Partiu com sua bicicleta para o encontro que se repetiu um milhão de vezes e com certeza não seria o último. Naquele dia iria pedalar quilômetros de distancia em direção ao desfiladeiro.

Sua voz refletia nas paredes rochosas, dez, cem vezes dizia seu nome. Gritou até perder o fôlego, ele e seus amigos todos ao mesmo tempo.

Em sua atitude de criança não mediu as consequências ao colocar seus pés na beira do precipício, nem ao olha tão perigosamente para baixo. Não pensava que poderia cair, incrivelmente, sua mente era muito seletiva e a certeza de uma morte dolorosa ou simplesmente a mais calma das mortes, ainda não avia se revelado para ele. Claro que sabia o significado daquela sombria palavra, mas não lhe fazia sentido, estava a anos luz de distancia dela. Das coisas mais inofensivas poderia criar monstros de sete cabeças, porem, diante do verdadeiro perigo não dava a menor importância.

Pulou por rachadoras na terra, que se caísse nelas poderia quebrar o pescoço. Foi em lugares que os amigos não conseguiam ir ou não queriam. Eles viam as conseqüências de seus atos. E depois de muito gritar e pular, todos foram embora em direção a suas casas, as suas vidas, mas ele ficou. Vil a noite cair aos poucos,  as cores perderem o brilho. Sentou-se no chão começando a falar, os ecos respondiam. De repente a  voz que retornava não era mais sua. O chamava para junto dela, queria tê-lo a qualquer custo. Venha, venha, venha para mim, dizia ela.

Não se assustou, pôs-se de pé, de frente para o precipício. A voz continuava a chamá-lo cada vez mais baixa. Não queria perde-la, delirando, andou um, dois passos para frente. Seus olhos instintivamente se fecharam andou, dois, três passos para frente. E como um sonâmbulo deu seu definitivo passo, até que seus pés não encontraram o chão.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Reino das Sombras - Granfaloon

Em que Venial recebe um mal presagio. 


MIL CORPOS SE ENROSCAVAM em uma bolha gigantesca a apenas poucos metros do chão. Com roupas apodrecidas ou a nudez total, estavam cobertos por um muco especo que era proveniente de uma criatura infernal. A bolha parecia pulsar!

Venial tenha consciência de onde estava, mas não sabia como avia chegado ali. Muitas partes do reino das sombras eram perigosas até mesmo para um deus. Ele muito menos tinha a forma e poder de um deus naquele momento. Estava em um corpo mortal, com privilégios no fato de ser um herói mas mesmo assim, poderia morrer.

Um dos corpos se desprendeu da enorme carapaça, caindo ao chão. E mais outro... e outro... a cada um que caia surgia outro por baixo, nunca revelando as fases da medonha criatura que os usava como escudo. E o que Venial tinha para se defender? Apenas um bastão de madeira e seus músculos, que muitas vezes era mais do que o suficiente para lhe garantir a vitória.

Enquanto seus bonecos se punham de pé o casulo pulsante afastou-se lentamente. As dezenas de rostos em sua carapaça sorriam e gemiam. Homens e mulheres preços, talvez, por toda eternidade servindo como proteção ao que só existia longe dos olhos dos deuses e do senhor daquele mundo, que coincidentemente era irmão de nosso herói.

Venial retrocedeu alguns passos para ao menos tentar se proteger das mãos estendidas de uma dezena de cadáveres. Se não conseguisse, tornar-se-ia um deles pra fazer parte da colmeia. Não podia fugir, achava que um verdadeiro herói nunca fugiria de desafios como aquele, essa principio estava entranhado em sua mente. Tinha que lutar e sabia que agora era hora de testar seu bastão.

Mirou em uma das cabeças e com um movimento de braço e sua imensa força conseguiu explodi-la o que foi uma alegre surpresa, pois achava que quebraria o bastão. Um por um ele abateu da mesma forma que fizera com o primeiro cadáver.

Corpos perfeitos. Não avia nenhum dos que jogou por terra, que tivesse um defeito físico ou idade avançado. Todos eram belos e entre eles, mulheres que com certeza, em vida seduziriam reis ou até mesmo o pai de Venial. Agora, tinha que avançar e de alguma forma  derrotar a bolha flutuante. Talvez aquilo fosse vontade de seu pai. E um nome veio em sua mente Granfaloon.

Chegou à beira de um negro precipício onde Granfaloon descia como se não tivesse peço. Soube nesse momento o que tinha de fazer. Gemidos, gritos e lamentos vinham da rachadura na terra negra e carbonizada de onde a criatura descia cada vez mais.

Pulou... 

Iria abrir um caminho por entre aqueles cadáveres e alcançá-lo. Uma boca se abril sobre a carcaça de mortos, soltando um estrondo que mais se assemelhava com uma gargalhada e engoliu Venial, homens e mulheres ergueram os braços para recebê-lo e a escuridão prevaleceu.


Acordou em sua tenda de acampamento, o corpo recoberto por uma camada de frio suor. Sem saber onde estava e a lembrança de seu terrível sonho fugindo aos poucos da memória, de alguma forma Venial sabia que aquilo não fora apenas um sonho.  

sábado, 3 de janeiro de 2015

Batidas na porta...


"Três batida leves"

CONTINUAÇÃO DE - COMO COMEÇOU

TEMPO, AGORA VERDADEIRAMENTE ELE não existe ou simplesmente está perdendo seu significado para mim. Fiquei a vários dias sem escrever nessas folhas amareladas que a cada momento se tornam mais enjoativas do que o de costume. Não importa... de qualquer forma as palavras se acumulam sobre a escrivaninha, tenho que escrever. Ele, o tempo, morto e enterrar sobre todas as montanhas da terra. Se é que um deus pode morrer, pelo menos foi esquecido!

Está cama me prende no quarto, com a promessa de nada para fazer. Dormir é tão bom! Sou o único ser vivo sobre a terra e enquanto ela se transforma em pó eu permaneço imutável. Tenho que me lembrar a cada dia de vida e testemunhar o que acredito estar para acontecer. Apenas, espero...

***

Algum motivo maior deve existir para que eu possa ter descoberto aquela formula que nunca mais pude fabricar. Porem só bastou uma vez.

A noite esta caindo, a noite esta caindo e tudo aquilo que era pra ser lembrado. Tudo que foi conquistado durante séculos de evolução e desenvolvimento também cai lá fora.

Mas justamente agora, depois de anos de solidão tentando descobrir como isso aconteceu, como só restei eu? Me batem na porta, três batida leves que quase não consegui escutar.  As três batidas mais perturbadoras que escutei em minha longa vida.

Pergunto quem é? Me levanto e abro a porta? Talvez seja esse momento que esperava tanto.