terça-feira, 25 de novembro de 2014

Sonho: Incomodo


ANDAVA POR AQUELE PÁTIO sem motivo aparente, mas sempre parando em algum lugar aqui e ali, seja para ver o tempo passar, ler algum cartaz nas paredes ou até muito raramente notar alguém que se aproximava e ia embora seguindo seu caminho já definido.

Em todos os dias era a mesma rotina, distraído, não percebia muita coisa em seu redor, andar, parar, andar. E em todos os lugares, passava perto daquele homem que sempre estava a sua frente, nunca aparecia pelos lados ou pelas costas.

De uma forma muito estranha, percebeu vagamente que o incomodava. Tentou se afastar, mas para todos os lados que pensava ir lá estava àquela mesma pessoa. Uma coisa que sempre estava lá, mas porem, adormecida, o sinal de perigo bem no fundo de sua mente, começou a tocar. O que fazer? Não tinha escapatória alem de impor sua presença a criatura que ao que tudo indicava não queria lhe ver. De alguma forma ele sabia disso!

E as coisas foram evoluindo até que o homem apareceu com uma barra de ferro e vinha em sua direção...

sábado, 22 de novembro de 2014

SER...


Eu puro
Eu souto
Eu morto
Me mordo

Me sujo
Me prendo
Me arrependo
Repito

Espirro
Espero
Desisto
...



segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Eu mesmo...



NASCI EM 1 de novembro de 1993, nesse exato momento em que estou escrevendo, tenho 21 anos de idade e contando. Estou completando o terceiro ano do ensino médio.

Possuo um nome sonoro, pelo menos assim acredito. Apenas mais um nome no meio de outras dezenas de bilhões de pessoas. Deste meu nascimento, vivi em Vale!

Entrei na escola bem cedo e até hoje tento conviver com meus colegas, mas colocando isso de lado minha infância não foi ruim. Isso não impedi que aconteçam momentos não tão bons, não é verdade?

Alguns nomes dos lugares que morei por pouco tempo: Chaves, Chica Cobra. O mais longo deles Foi Osório. Com meus 11 anos vim para Rio Preto e estou até hoje aqui...

Não tenho muitas vitorias que possam ser contadas com admiração e entusiasmo.

Tenho a nítida impressão de que vivo de uma forma diferente, me preocupo muito comigo mesmo por isso deixo passar muitas coisas interessantes.

Vivo me afogando nos livros, não quero histórias que falem totalmente de minha realidade, mas da dos outros. Sou simplesmente assim, tento ser o máximo possível eu mesmo, mas me parece que não é bem assim que tem que ser.

Filho do meio! Tenho minhas duas irmãs Mona e Nique que no momento tentam viver suas vidas. Já sou tio, mas isso é outra história.

NÃO É UM ADEUS, MAS SIM UM ATÉ MAIS


Admito que ele não me satisfez, mas com certeza algum dia ainda voltarei a Lê-lo completamente.

Acho que foi por causa de minhas experiências de vida, me identifiquei um pouco com Zezé. E também tenho muita certeza que não procuro minha vida nos livros, quero algo diferente e como disse, tenho um pouco de Zezé em mim...



segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Expectativa


ESTOU EU, LÁ NAQUELA sala, passando algumas horas de minha existência em um lugar onde não esperava estar ou conhecer por dentro. Com pessoas totalmente estranhas e que com toda certeza não vou falar ou talvez nem, pelo resto de minha vida voltar a ver. Mas, as peripécias da escolha de meu nome planejaram aquelas poucas horas em que vou marcar as respostas em uma folha de papel, com a maior atenção que puder. Leia meu caro Guilherme e tente descobrir qual a alternativa  certa.

Será que estou aqui por mim mesmo? Tenho que conquistar o máximo de questões para consegui ir adiante, por causa de mim ou pelo que vão pensar se não conseguir?

Não só esta criatura insignificante, que tenta crescer a barba e pensa que assim terá uma aparência melhor, mas outros milhões de criaturas nesse momento estão controlando suas ansiedades e perspectivas de vida. Para sentar isoladamente em seu pequeno metro quadrado e resolver seus grandes problemas, que com certeza não são apenas a prova parada tão tranquilamente na superfície de sua mesa. E, Tentar pegar a chance... Como se fosse à única possibilidade de vitória.

Percebo que nada é original e que a repetição de meu nome faz com que ele seja tão gasto. Tantos Guilhermes por toda parte, tantos. E será que em algum lugar, andando por aí, existe alguém com a mesma combinação de três nomes?

Pois é, agora vamos à redação: "Publicidade infantil em questão no Brasil"


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

OLOCRÔNICAS


QUATRO FACHOS DE LUZ saem de cada canto da sala se concentrando em um único ponto. Um vulto indistinguível surge criando forma.

- Mas o que é isso, Elias? – e aponta em sua frente, a moça que aparece como se fosse um fantasma surgindo do nada.

- Oh, rapaz, como você pode me fazer uma pergunta dessas? É impossível não saber o que é?  
- Esta bem... Um holograma!

- Sim e não, não é apenas um holograma que estou lhe mostrando. Venha! 

Dizendo isso, caminha em direção ao meio da sala. Onde esta a mulher que acabara de se formar.

- Como vai, Lívia.

- Estou bem, doutor.

- Trouxe Rafael para conhecê-la. Ele é jornalista!

Lívia lançou um olhar em Rafael, que se aproximou bem perto para ver as falhas no holograma.

- Toque nela – disse Elias, aparentando ansiedade.

- Mas ela não é só um jogo de luzes. Minha mão atravessaria seu corpo?

- Garanto que não, vamos tente. Tive grandes avanços em meus estudos com a luz.

- Esta bem! 

Nervoso com a ideia de poder tocar naquele holograma, Rafael hesitou alguns segundos. Lívia lhe estende o braço e ele lhe segura a mão. Era tão real como se estivesse tocando alguém. Exceto por um fator: ela não tinha a textura e calor que se esperava vir da pele.

- Ainda tenho que me aprimorar muito mais, não é? – sorriu Elias.

- Concordo, mas já foi um grande passo, doutor.

- Sim, um grande passo! – disse Elias saindo da sala na companhia de Rafael.

As luzes se desligaram e Lívia desvaneceu no ar como se nunca tivesse existido.      




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ESTAVA SENTADO NO CANTO mais escuro de sua casa, com um gosto amargo na boca e um grande vazio no peito. Iria escrever mais uma daquelas enormes cartas, era um dos que ainda usavam a escrita cursiva, privilégio de poucos. Foi uma boa forma de encher o vazio e também caixas e mais caixas de papel.

Curvado no sofá, com uma das mãos apoiada na testa, pronunciou um nome. Sua voz não era nada mais que um sussurro, Elisa... disse ele novamente.

As luzes se acenderam mostrando a imagem de uma mulher, não tinha mais de 30 anos de idade. Minúsculas partículas de poeira magnética giravam em sua volta, aquilo mostrava que ela não era verdadeiramente um ser humano. Cada partícula encontrou seu lugar.

- Olá minha querida.

- Pablo, como foi seu dia?

- Ótimo, sente-se.

Elisa assentiu com um leve movimento de cabeça e sentou-se com toda sua falta de peso. As coisas mudaram tão rapidamente. Aquele fantasma na frente de Pablo era tudo que restara de Elisa, ele e as cartas.

Podia tocá-la, beijá-la, amá-la mas não era sua querida esposa. Mesmo assim agradeceu a Elias, por ter descoberto essa benção, Por ter deixado preservado um pequeno pedaço da consciência de sua esposa. Apesar de tudo Pablo nem mesmo conheceu Elias.

Elisa lhe deu um beijo carinhoso, mas foi como se um fantasma o tocasse com seu hálito frio. Mesmo assim, correspondeu o beijo.


Pablo era um homem morto...


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ELIAS SE COLOCOU NA frente da linda mulher, ela estava pronta, todo o projeto holográfico já tinha sido terminado.  

- Lívia, você é a primeira de muitos, alem de ser o projeto de minha vida é claro.

- Sim doutor, o que está reservado para mim...?

- Vai permanecer comigo, eu ti criei... você sabe que vamos vender inteligências holográficas para todos que tiverem as condições de pagar pelo preço elevado que isso exige, não sabe? Nenhuma cópia será igual à outra, então alem de ser a primeira você também é única.


Lívia com seu programado gesto característico abaixou a cabeça e deu um meio sorriso. Parecia feliz com aquilo, ser mais do que um robô, mais que algo feito em alto escala com varias copias idênticas andando pelo mundo. Ela era única tal qual um ser humano.


Elias apertou um botão e Lívia desvaneceu. Tinha muitos preparativos pra fazer, as vendas gerariam milhões. 


MILHÕES


ELIAS SE COLOCOU NA frente da linda mulher, ela estava pronta, todo o projeto holográfico já tinha sido terminado.  

- Lívia, você é a primeira de muitos, alem de ser o projeto de minha vida é claro.

- Sim doutor, o que está reservado para mim...?

- Vai permanecer comigo, eu ti criei... você sabe que vamos vender inteligências holográficas para todos que tiverem as condições de pagar pelo preço elevado que isso exige, não sabe? Nenhuma cópia será igual à outra, então alem de ser a primeira você também é única.


Lívia com seu programado gesto característico abaixou a cabeça e deu um meio sorriso. Parecia feliz com aquilo, ser mais do que um robô, mais que algo feito em alto escala com varias copias idênticas andando pelo mundo. Ela era única tal qual um ser humano.

Elias apertou um botão e Lívia desvaneceu. Tinha muitos preparativos pra fazer, as vendas gerariam milhões.