sábado, 4 de outubro de 2014

Vontade do pai



Sob o olhar de um pai


NÃO SEI COMO CONTROLAR meus filhos, eles são rebeldes e irresponsáveis. São muitos, bem mais que os dedos em minhas mãos. Admito que tenha certas preferências por alguns, mas na posição de pai, não quero o mal de nenhum deles. Por isso tenho de entrar em suas disputas e castigá-los, porque estão errados.

O que me espanta é de os mais problemáticos serem os que ficam do meu lado, perto do alcance de meus olhos. Por isso que dou preferência aos bastardos, eles procuram me agradar de mil formas diferentes, pena que não posso dirigir-lhes muita atenção. Se não, um de meus legítimos é capaz de causar uma revolução.

Utilmente, me preocupei com dois de meus legítimos, mesmo assim foi um caso muito interessante de tratar:
  
Venial me procurou dizendo que queria se tornar um herói, portanto desejava minha permissão para encarnar na Terra. Talvez, sabendo de minhas preferências por seus meio irmãos tenha decidido chamar minha atenção ou simplesmente era mais um de seus desejos irresponsáveis. Um pedido desses merecia Meu julgamento, por isso demorei um tempo para pensar na forma de realizá-lo.

Já estava querendo começar mais um de meus casos extraconjugais e uni o útil ao agradável, deitando-me com Mari uma simples mortal, filha de um pastor. Desta forma levei a consciência de Venial ao mundo da matéria. Dando-lhe todos os poderes que um de meus bastados poderia ter, mas é claro que seu espírito privilegiado o favoreceu muito mais.    

No entanto Mírr soube do que fiz e de alguma forma descobriu que se Venial morresse antes dos trinta e três anos sua consciência deixaria de existir. Mas mesmo assim permiti que as crianças prosseguissem em seus planos. Seria uma boa maneira de ensiná-las alguma coisa.

Concordo que me diverti vendo aquelas aberrações que Mírr criava, sendo destruídas por Venial. Gostei da ignorância de Mírr, mal sabia ele que estava desenvolvendo os poderes do irmão e que nada o tiraria de seu objetivo. E mesmo se acontecesse algo desse tipo, eu interferiria prontamente.


Mas aconteceu de Mírr passar dos limites. Eu queria aquele rei morto e se o garoto inutilizasse o irmão, aquele maldito rei ainda estaria vivo. Nenhum monarca pode se colocar na posição de um deus! Por isso puis Venial no caminho do Rei Sol. Bastou estalar meus dedos para trazer o filho a minha presença. Eu o caustiquei do pior jeito possível, tirei sua voz, ficaria mudo por toda a eternidade se essa fosse minha vontade. 

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