terça-feira, 28 de outubro de 2014

VEREI A MORTE HOJE

Não pense que o que vou escrever seja em relação a mim!


ESCREVO MINHA SENTENÇA DE morte. A vida para mim é uma luta sem vitória. Percebo que se eu encarar todas as circunstanciam opressoras, não terei forças para prosseguir. Quando pareço certo estou errado, quando errado continuo assim.

Através dessas conclusões e de que minha sentença de solidão continua me acompanhando, diria que eternamente. Escolho sair desta vida com clara consciência do que me espera depois da morte.

Sei que meu espírito vai continuar existindo e que os castigos reservados para um suicida são grandes, mas não tenho outro caminho. Vou lançar mão do livre arbítrio e já que sei sobre meu futuro, também sei que não terei perdão.


Pois bem, meus pulsos vão ser cortados, o que vai ser mais difícil para mim. Mesmo querendo a morte, temo a dor. 

domingo, 26 de outubro de 2014

EXCLUSÃO


O QUE É, E COMO PODE ACONTECER ?

Antes, colocarei  a minha posição nesse tema. Vivo em uma bolha social, coisa que criei para mim mesmo com ajuda do que vem de fora. Então não me considero apto para falar sobre a exclusão causada por questão financeira, que os filhinhos de papai parecem fazer. Por que se isso acontece comigo, imagino que seja por outros motivos, e não são poucos. Mas o mundo é cheio de contradições, tanto que a vitima do preconceito é tão capaz de ser preconceituosa, quanto seu agressor.  

Por isso participo daquela idéia do orai e vigiai. Se livre de tudo que há de ruim, mas também preste atenção para não colaborar com o mal. 

Excluir seria o ato deliberado de colocar de fora, ou seja, por algum motivo ou  razão separar, dividir, apagar de vez alguma coisa ou alguém, de um grupo específico. Essa é minha definição do que acontece em qualquer ambiente, seja em sala de aula ou no trabalho, podendo ter vários motivos, inclusive por questão de desafeto.

Parece que o ser humano não se dá tão bem com a diferença. E essa questão esta presa no subconsciente de todos. O rico separa o pobre, pois ele não esta na mesma posição. O pobre separa o rico porquê o considera privilegiado.

A desigualdade social causa um tipo de prejuízo, incomoda muito os que de alguma forma estão em posição de destaque. Tanto que a forma de separar uma pessoa de um grupo é mostrar para os conhecidos que o alvo em questão não é igual a todos. Literalmente apontar o dedo e dizer: é pobre, feio, burro, preguiçoso.  Ou até o contrario: olha o rico, metido, ele se acha, é favorecido sem merecer.


Não digo que seja sempre assim, o ser humano é feito de contradições tão grandes. Um dia não concorda com alguém por não gostar de azul e no outro, defende a cor com unhas e dentes. 

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Experiência de Leitura – Meus Primeiros Livros


FORAM DOIS LIVROS, BASTANTE curtos, mas que incentivaram a começar minhas leituras. Já lia muito antes de saber decifrar as palavras, pois em algumas vezes pedi que minha mãe lesse para mim um livrinho ilustrado que falava sobre o perigo da extinção dos micos leões dourados. Talvez o interesse fosse maior pelas imagens, mas, mesmo assim tive contado com a história.

E o segundo, já passou por minhas mãos e consegui decifrar sua história por mim mesmo. Contava sobre a esperteza de um burro, que querendo tirar o peso dos fardos de sal que seu dono colocava sobre suas costas, sempre mergulhava no rio. E sobre como o dono fez para castigá-lo.


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

UM HOMEM MORTO...


ESTAVA SENTADO NO CANTO mais escuro de sua casa, com um gosto amargo na boca e um grande vazio no peito. Iria escrever mais uma daquelas enormes cartas, era um dos que ainda usavam a escrita cursiva, privilégio de poucos. Foi uma boa forma de encher o vazio e também caixas e mais caixas de papel.

Curvado no sofá, com uma das mãos apoiada na testa, pronunciou um nome. Sua voz não era nada mais que um sussurro, Elisa... disse ele novamente.

As luzes se acenderam mostrando a imagem de uma mulher, não tinha mais de 30 anos de idade. Minúsculas partículas de poeira magnética giravam em sua volta, aquilo mostrava que ela não era verdadeiramente um ser humano. Cada partícula encontrou seu lugar.

- Olá minha querida.

- Pablo, como foi seu dia?

- Ótimo, sente-se.

Elisa assentiu com um leve movimento de cabeça e sentou-se com toda sua falta de peso. As coisas mudaram tão rapidamente. Aquele fantasma na frente de Pablo era tudo que restara de Elisa, ele e as cartas.

Podia tocá-la, beijá-la, amá-la mas não era sua querida esposa. Mesmo assim agradeceu a Elias, por ter descoberto essa benção, Por ter deixado preservado um pequeno pedaço da consciência de sua esposa. Apesar de tudo Pablo nem mesmo conheceu Elias.

Elisa lhe deu um beijo carinhoso, mas foi como se um fantasma o tocasse com seu hálito frio. Mesmo assim, correspondeu o beijo.


Pablo era um homem morto...

sábado, 18 de outubro de 2014

PÔR DO SOL


NÃO SEI COMO ELE conseguiu chegar aquele ponto. Dominou praticamente o mundo inteiro, felizmente obtendo resistência de seus iguais, os grandes reis, mas mesmo assim foi adiante até sobrarem três de seus adversários. O maldito até conseguiu matar dois de meus bastardos, mas não descerei  de meu trono para derrotar esse bonequinho de barro que eu mesmo moldei. Tenho quem faça isso por mim. Seu castigo já está preparado!

Agora que tirei Mírr do caminho de Venial, tudo correrá tranquilamente. Consigo ver que minha vontade será feita.


ELE ESTAVA COM HEMATOMAS pelo corpo inteiro. Como é possível de um dia para o outro Venial ter se machucado tanto assim, há poucas horas eu o tinha visto com aparência muito melhor, Agora parecia um morto.

Um de seus olhos foi coberto por um enorme inchaço, mas mesmo assim, em quando eu conversava com ele, sua energia que a primeira vista parecia ter se esgotado  completamente. Estava voltando aos poucos com  a perspectiva de matar nosso inimigo. Tentei lhe perguntar o que tinha acontecido, mas seus pensamentos só se focavam no rei que devia que morrer. Essa era sua meta.  


NAQUELE DIA QUANDO O sol se pôs a guerra terminou. Suas mãos foram armas e com elas, derrotou o aço de uma espada que já não tem mais dono, quebrou a armadura de um rei pretensioso. E são muitos os que podem contar como foi que aconteceu. 



O ESPÍRITO DE um grande rei esta em minhas mãos. Esse teve toda a gloria em vida, colocou sua vontade sobre todas as outras e tentou alcançar a fortaleza dos deuses. Ainda tenho que consultar mel pai, para saber quais são suas intenções em relação ao novo morto. Rei Sol aproveite sua estadia eterna em meu reino das sombras, aqui velas não são acesas. 

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Venial / De guando Venial se coloca a serviço de um dos reis da trindade


CONTINUAÇÃO DE – MEU HERÓI

ESTAVA NO CASTELO de um dos três reis restantes. Tinha vendido meus serviços a ele, pois pretendia defender um dos lados na grande guerra que ameaçava vir bater em nossas portas. Porem Maemote I me colocou como babá de seus dois filhos, o maldito rei tinha a certeza de que o inimigo tentaria contra a vida de seus herdeiros. Tive que estar na companhia de Maemote II além de vigiar sua irmã, Vani.

O garoto me tratava como uma sombra, não me dirigia uma palavra se quer. Pois nem precisava, sabia que eu estaria ali. Já a menina me procurava a todos os estantes, sempre quando tinha uma oportunidade, conversava comigo deixando claro suas intenções de me levar a seu quarto.

Todas as vezes que pude aceitar um daqueles convites, são incontáveis. Poderia tê-la quando quisesse, as leis daquele reino me permitiam isso e acredito que Maemote I incentivava sua filha, mas não quis usufruir de meus direitos. Já naquele tempo eu sabia de quem era verdadeiramente filho e essa noticia correu em todas as direções. O filho que acaso surgi-se de um momento de fraqueza minha com Vani, seria privilegiado simplesmente pelo fato ser meu filho, alem de ter uma grande possibilidade de herdar algum dom divino, Maemote I sabia disso. Meu pai já tinha tratado de espalhar o sangue dos deuses sobre a terra. Eu não continuaria com seus erros.

Curiosamente o príncipe estava mais preso aos costumes do que sua irmã. Só teria uma mulher em toda sua vida, a rainha destinada a compartilhar o trono, que poderia passar as mãos do príncipe a qualquer momento guando a guerra estourasse. 

***

O monstro Pesadelo atacou e tivemos muitas baixas. Os cemitérios estão lotados com as centenas de ossos polidos que a criatura deixou para trás e ao que tudo indicava, ela tinha um objetivo, procurava alguém. Vani diz que era eu o que Pesadelo procurava e seu pai que aquilo de alguma forma foi obra do Rei Sol para enfraquecer a trindade, ultima resistência a sua dominação. Mas esse simples mortal não teria poder para invocar tal criatura, disso tenho certeza.

***

Agora concordo com Vani, um herói atrai acontecimentos estranhos. Cada dia de minha vida literalmente é uma aventura, sou testado por todos, eu escolhi isso para mim.

Então já que minha presença é prejudicial para os filhos de Maemote I e que todas as tropas da trindade estavam se movimenta para a guerra, as acompanhei. Só meu pai sabe agora o que vai acontecer e que o destino esteja em suas mãos.
   

  

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

MEU HERÓI



EU O QUERO DO fundo do meu coração. Farei-me sua mulher a qualquer custo. Você me terá em seus braços Venial, ou não me chamo Vaní.

No dia em que ele me salvou de pesadelo, descobri que nossas almas estavam entrelaçadas. Simplesmente, fomos feitos um para o outro.

Tem que ser assim, afinal, eu sou a filha de um dos grandes reis da aliança. Meu pai fez de Venial o  guarda costas de todos os seus filhos. Em quanto minha vida correr perigo, ele estará do meu lado.

Aquela criatura monstruosa ou pelo menos uma parte dela, tentou me devorar. O monstro se dividiu em várias partes e invadiu o castelo, feito uma névoa negra que passou por entre as rochas dos muros.

Não estava atrás de mim, mas de meu amado herói. Cada ser vivo que a criatura das trevas encontrava em seu caminho, era devorado até os ossos. E eu entrei no caminho de pesadelo.

Venial se pôs entre mim e o mostro, foi coberto pelo manto negro de pesadelo que tentou devorar sua carne.


Mas, me parece que o sangue de meu herói é indigesto. Pois em cada vez que se encostava ao líquido vermelho vivo uma parte de pesadelo se desfazia em fumaça, para não voltar nunca mais.




sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O DEVORADOR DE DEUSES

NÃO FALAVA NEM TINHA consciência de nenhuma forma. Seu cérebro era minúsculo apesar do tamanho descomunal do crânio, para ele a vida era comer e dormir. Às vezes o sono durava eternidades e quando acordava, desespero e morte seguiam seu caminho.

Estava escondido no meio de uma enorme floresta, sobre as sombras de gigantescas árvores seculares. Seu sono já durara por décadas, ele foi esquecido pelo mundo e uma grossa camada de musgo e folhas apodrecidas grudava sobre o espesso couro de suas costas. Aqui e ali se podia ver o branco do osso que perfurava a pele. Mas ao que tudo indicava, iria dormir por mais tempo e se os deuses quisessem, por todo o sempre.

Foi fruto dos sonhos atormentados de Mírr. Em que o deus acreditava poder existir algo maior, mais poderoso que qualquer divindade, criaturas capazes de devorar os imortais.

Já que era sua criação inconsciente, Mírr não conseguia controlá-lo muito bem, mas o monstro servil de varias formas a seus propósitos. Feito um selvagem animal de estimação, a criatura dos sonhos, já devorou vários de seus desafetos.

Levando o som de sua voz pelo vento, pois não se atrevia chegar muito perto de pesadelo. Mírr, conseguia alcançar na forma de sussurro os ouvidos calejados do monstro e o atiçava. Mostrando que à hora da comida avia chegado.

O irmão invejoso de Venial  estava planejando um encontro do herói com pesadelo, o pior de seus sonhos. 


Acordou se espreguiçando e mostrando enormes mandíbulas. Não se assemelhava a nenhum animal conhecido pelo homem comum. Derrubou todas as árvores que o prendiam naquele lugar, abrindo seu caminho mais uma vez, arrastou sua enorme barriga vazia, para dentro do mundo dos homens. Pesadelo acordou e tinha um objetivo bem definido, estava com fome e precisava se alimentar.




AVENCA



AVENCA QUIS ESCREVER AQUI no blog, mas só que ela não sabe o que falar.

Acredite em mim, quando digo que ela e um tipo de mulher diferente. Não pense que é desprovida de beleza. Pois todos que conhecem Avenca, concordam comigo, essa garota  já destruiu muitos corações. Parece-me que estou indo pelo mesmo caminho.

Não é seu rosto, corpo nem o modo de vestir, mas são suas palavras, diferentes, que chamam atenção. Avenca fala o que pensa e tem a habilidade de fazer com que as pessoas não levem muito a serio.

E, além disso, ela sabe escutar. Já percebi isso, Avenca, e parece que fui o ultimo a notar.

Ainda vou conseguir fazer com que  a menina coloque no papel algumas de suas frases marcantes. Afinal, sempre vale apena tentar. Não é mesmo? 


Essa é minha vida esse sou eu. Um abraço Avenca do meu coração, amiga e amada. Espero que não queiram saber quem é você menina das pétala.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Possuídos


ATÉ QUANTO VOU CONTINUAR respirando? Quase morri, mas não foi por hoje. Graças ao deus de todos os deuses, por  ter colocado Venial em meu caminho. Olha só, um herói com nome de um deus! E por isso tive a oportunidade de ver com meus próprios olhos a queda do grande rei.

Estava cansado, já bastante ferido. Com cortes pelo corpo que não saíram barato para quem os fez. Eu e Venial lutávamos lado a lado, somos grandes amigos, fizemos escorrer muito sangue sobre a terra.

O que mais me fascinava nele era o fato de ser verdadeiro. Nesses tempos, qualquer um pode se chamar de herói. E provou ser, mostrando sua bravura e força, que um homem comum não pode ter, eu com certeza não tenho.

Mas não o invejo. Pelas histórias que conta, fez por merecer seus poderes

Nesse dia, no começo da tarde, já estávamos em campo de batalha há muito tempo. Não se sabia qual exercito ganhava. A aliança tinha que vencer aquele que se alto proclamou deus. De qualquer jeito era vitória ou morte!

Não sei como aconteceu, nem se alguma força fora de minha compreensão tenha agido sobre a mente de todos naquele dia e principalmente dos três soldados. Mas no momento em que os homens em luta se afastaram de Venial, formando um espaço livre entre ele e qualquer um que temesse perder a própria vida. Talvez por magia, mas o silencio se fez sobre os dois exércitos naqueles poucos minutos em que o conflito parou.

Três soldados mais próximos do meu amigo, desmaiaram um seguido do outro em confusões epilépticas. Nesse pouco tempo entre a queda do primeiro e a do terceiro, estavam novamente de pé avançando na direção de Venial. Seus rostos completamente mudados e os olhos parecendo não ver.

Tentei me mexer para ajudá-lo, mas alguém dentro de mim não queria que eu fizesse isso.

Venial se protegia dos golpes furiosos que vinham de diferentes direções ao mesmo tempo. Sendo recebido logo depois por mais tentativas de alcançá-lo com laminas de três espadas. Caretas medonhas que contorciam todos os músculos do rosto, foram feitas pelos furiosos soldados do Deus Sol.

O maior de todos, por muito custo foi o primeiro a cair seguido alguns minutos de pois por mais outro.

Que luta meu Deus. Não foi fácil, mesmo ele sendo um herói. Teve momentos que acreditei que Venial não sairia vivo dessa História. Lutou mais bravamente com o ultimo dos homens possuídos e o venceu da mesma forma.

E quando atingiu a cabeça do homem com sua enorme mão, esmigalhando todo o crânio. Os soldados a volta criaram vida, com a morte do possuído a guerra começo mais uma vez.

Venial olhou para mim e abril seu longo sorriso de dentes brancos, dizendo que ainda não estava morto...  mas ate quando Venial?



segunda-feira, 6 de outubro de 2014

REI SOL

NASCI EM TRONO DE ouro, meus professores foram os melhores, conheci tudo que foi preciso saber, cuidei do corpo e da alma e sou maior guerreiro do que qualquer soldado em meus exércitos. Fiz-me rei antes de meu vigésimo aniversario e nas guerras, me coloco nas primeiras fileiras incentivando todos a prosseguir. Ultimamente as batalhas são eternas!

Fiz o que tinha de fazer, não tive outra escolha. Sou um deus, mesmo nascendo homem reivindico para mim a divindade de governar os homens. Então bani todos os cultos a outros deuses nas terras que controlo.  

Reuni exércitos e marchei sobre dezenas de reinos infiéis, eles devem se curvar perante seu novo deus, o Deus Sol. Mas parece que meia dúzia de reinos ainda resiste. Porem por pouco tempo.

No campo de batalha é que se mostra o verdadeiro espírito da humanidade, e vou estar lá para vencer. Instituirei uma dinastia de deuses sobre a terra, dando a meus filhos todos os impérios existentes.

Agora tudo em que lutei vai se tornar realidade, essa é a ultima batalha em que vou subjugá-lo sobre meus pés...


domingo, 5 de outubro de 2014

Como Começou - Elixir da Imortalidade


"Reuni todas as informações sobre a pedra filosofal e a panaceia universal"



NÃO VOU DATAR MEUS escritos, pois de que me serve marcar o tempo. Mais importante é minha história. Chamo-me Fabrício, deste criança me fascinei pela ciência, só que em minha época ela estava começando, mistura de magia e realidade. Desacreditada por muitos e os primeiros livros que li sobre alquimia foram meros passatempos, brincadeiras de criança.

Mas quando passei a entender melhor sobre o que estava escrito naquelas páginas e muitas vezes desenhado em códigos indecifráveis, a primeira vista. Pus-me  a procurar testar as afirmações sobre experiências feitas pelor alquimistas, descobri que um dia a morte me alcançaria com seus cadavéricos dedos e aqueles livros me prometiam um dos maiores sonhos que a humanidade já teve. Eles afirmavam ser possível ludibriar a morte e até onde eu tinha noticias, um deles conseguiu e seu nome era Nicolau Flamel.   

***

Hoje duvido que Flamel tenha feito isso, apesar de todos os meus esforços para encontrá-lo não tive nenhuma prova de que vive. A não ser é claro, seu tumulo estar vazio, mas consigo imaginar um bom motivo para isso, estamos tendo uma grande ocorrência de ladrões de corpos. Estudiosos têm que recorrer a meios ilegais para progredir em seus conhecimentos do corpo humano, uma forma de aprender a curar as doenças, prolongar a vida.

***

Reuni todas as informações sobre a pedra filosofal e a panaceia universal, esses dois objetos, se é que posso chamá-los assim, vão ser meu foco de pesquisa.

***

Afirmo que descobri um meio de criar a pedra e depois que conseguir, eu irei destruir toda minha pesquisa. Sim a ciência está envolvida nisso, mas a magia tem sua parte no que vou fazer. Exige certos ingredientes mágicos e alguns elementos descobertos há pouco tempo. A pedra ao mesmo tempo é a panaceia: ira curar minhas doenças, ficando em meu corpo por toda eternidade, será parte de mim, estará em minha carne.

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Não quero ouro, mas sim vida eterna, e para isso terei de beber a poção. Nesse exato momento ela está ao meu lado fumegando no caldeirão de estanho. Consegui dissolver parte da pedra e terei de despejar garganta a baixo o conteúdo incandescente. Será terrível eu sei, mas os benefícios vão ser incontáveis.  

***
  
Que agonia interminável minhas entranhas estão em carne viva, mal consigo suportar a dor, mas é preciso, a panaceia irá me curar. Agora só basta dormir..


 .

sábado, 4 de outubro de 2014

Vontade do pai



Sob o olhar de um pai


NÃO SEI COMO CONTROLAR meus filhos, eles são rebeldes e irresponsáveis. São muitos, bem mais que os dedos em minhas mãos. Admito que tenha certas preferências por alguns, mas na posição de pai, não quero o mal de nenhum deles. Por isso tenho de entrar em suas disputas e castigá-los, porque estão errados.

O que me espanta é de os mais problemáticos serem os que ficam do meu lado, perto do alcance de meus olhos. Por isso que dou preferência aos bastardos, eles procuram me agradar de mil formas diferentes, pena que não posso dirigir-lhes muita atenção. Se não, um de meus legítimos é capaz de causar uma revolução.

Utilmente, me preocupei com dois de meus legítimos, mesmo assim foi um caso muito interessante de tratar:
  
Venial me procurou dizendo que queria se tornar um herói, portanto desejava minha permissão para encarnar na Terra. Talvez, sabendo de minhas preferências por seus meio irmãos tenha decidido chamar minha atenção ou simplesmente era mais um de seus desejos irresponsáveis. Um pedido desses merecia Meu julgamento, por isso demorei um tempo para pensar na forma de realizá-lo.

Já estava querendo começar mais um de meus casos extraconjugais e uni o útil ao agradável, deitando-me com Mari uma simples mortal, filha de um pastor. Desta forma levei a consciência de Venial ao mundo da matéria. Dando-lhe todos os poderes que um de meus bastados poderia ter, mas é claro que seu espírito privilegiado o favoreceu muito mais.    

No entanto Mírr soube do que fiz e de alguma forma descobriu que se Venial morresse antes dos trinta e três anos sua consciência deixaria de existir. Mas mesmo assim permiti que as crianças prosseguissem em seus planos. Seria uma boa maneira de ensiná-las alguma coisa.

Concordo que me diverti vendo aquelas aberrações que Mírr criava, sendo destruídas por Venial. Gostei da ignorância de Mírr, mal sabia ele que estava desenvolvendo os poderes do irmão e que nada o tiraria de seu objetivo. E mesmo se acontecesse algo desse tipo, eu interferiria prontamente.


Mas aconteceu de Mírr passar dos limites. Eu queria aquele rei morto e se o garoto inutilizasse o irmão, aquele maldito rei ainda estaria vivo. Nenhum monarca pode se colocar na posição de um deus! Por isso puis Venial no caminho do Rei Sol. Bastou estalar meus dedos para trazer o filho a minha presença. Eu o caustiquei do pior jeito possível, tirei sua voz, ficaria mudo por toda a eternidade se essa fosse minha vontade.