sexta-feira, 29 de agosto de 2014

EU QUERO


QUERO ENTENDER, NÃO ME importar, saber à hora certa de pular. Quero que meus olhos enxerguem melhor, ser outra pessoa, ser visto de outra forma, saber quando chegar a hora de parar ou de andar.

Gênio da lâmpada maravilhosa conceda meus desejos, da forma em que eu falar. Não me engane não me iluda.

O que tenho que fazer? Sim... Esfregar a lâmpada. Vamos lá...

“Meu senhor, tem o direito a três pedidos, escolha o que mais desejar: fortuna, amor, felicidade posso lhe dar. Tudo na distancia do eu desejo. Vamos começar!?” 


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

A Despedida






***

“PRESTO ATENÇÃO NAS MINHAS PALAVRAS E ELAS PARECEM SAIR MAIS RÁPIDO, COM A PREOCUPAÇÃO DE ACERTAR FRASE POR FRASE, NÃO APROVEITO TANTO O MOMENTO. E NO FINAL FICA A SENSAÇÃO DE QUE PODERIA TER DURADO MAIS.”

***




***

"ANTES OS PREPARATIVOS...  SENTADO NA CADEIRA DAQUELA SALA E TODOS OS COLEGAS ENVOLTA, ALGUNS COM VIOLÕES, O PROFESSOR ORGANIZANDO  SEUS PAPEIS. CADA UM VAI EM FRENTE AO MICROFONE E NUM INSTANTE TODOS OS ROSTOS SE VOLTAM PARA  A PESSOA QUE VAI FALAR."

***











quinta-feira, 21 de agosto de 2014

"CAMINHO DA ROÇA"


O DESEJO DE DANÇAR, de ter um par nessa festa junina que aparece em todos os anos de escola, é grande. Mas é tão bom, tão simples quando ela quer dançar com você e não é obrigada por qualquer motivo diferente. Confesso que é duro quando não se consegui a companhia para simplesmente entrar na brincadeira.

O fato de que as escolhas são feitas pelas aparências é muito mais marcante nesta época, principalmente nos primeiros anos de estudo.

Ainda permanece aquela força que me afasta dos grupos, parece que simplesmente não consigo me adaptar. Desta forma as atenções são retiradas de cima de mim, fico de lado e começo a me isolar aos poucos e de repente já não estou mais lá.

Sou bastante contraditório, eu diria, quero ser notado. Mesmo assim odeio que comentem sobre quem sou, odeio que me julguem. Sei que é bastante normal uma situação dessas. Mas mesmo assim não é desculpa para o que acontece.

“A ponte caiu... Olha a cobra... Olha a chuva... Cavalheiros protegem as damas.”


A repetição eterna da procura de um par na dança.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

A VERDADE NÃO IMPORTA

SR. B JOGOU TODA a história sobre a mesa. As palavras saiam de sua boca feito uma avalanche, engolindo tudo a sua volta. Mentia com muita facilidade, feito um pescador experiente.

Seu rosto mostrava suas verdadeiras intenções, mas ninguém olhava em seus olhos. Estavam mais preocupados na história e não queriam saber se fosse verdade ou mentira, mas sim descobrir o final seja lá qual for. 

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

PLANO FRUSTRADO


É TÃO LEGAL O VILÃO QUE MESMO DEPOIS DE TER SIDO DERROTADO PELO HERÓI. DECIDE SE VINGAR E NUM ATAQUE DE FÚRIA VAI PRA CIMA DO MOCINHO, QUE NÃO PRECISA FAZER NADA, APENAS SE DEFENDER. AÍ O BANDIDO TROPEÇA EM UMA PEDRA, CAI E BATE A CABEÇA, MORRENDO LOGO DEPOIS.

-------------------
ESTAVA CAÍDO NO ASFALTO fervente ao sol do meio dia. A raiva o corroía agora como nunca avia sentido antes. Todo seu plano maligno de dominar o mundo foi destruído por aquele maldito herói. 

Meu Deus... Como avia tentado matá-lo de todas as formas possíveis, mas não, não conseguira.

E agora tinha que escutar aquele discurso de lição de moral, que esse heroizinho tentava lhe dar. Parado alguns passos à sua frente e a mão estendida para levantá-lo e entregá-lo aos policiais.  

Tentou se levantar sozinho e olhar o herói nos olhos, mostrar que não tinha acabado ainda. Queria lançar aos ares sua risada maligna e socar aquele rosto perfeito. Toda raiva, todo desejo de poder, tantas tentativas frustradas.

Fechou os punhos e se lançou em frente, deu dois paços, tropeço e caiu de cabeça, incrivelmente quebrando o pescoço. Morrendo logo em seguida.

O LUGAR


O LUGAR ONDE VIVO SE divide em varias partes é minha cidade, estado, pais, planeta. Nessas partes eu tento existir da melhor forma possível. Passo por ele  olhando para todos os lados, tentando definir tudo aquilo que vejo através de meus óculos. Um infeliz trabalho, pois não consigo ser entendido sobre o que descrevo. Até as cores são outras, seus nomes trocados. Esta dentro de mim este lugar naquilo que penso, falo, leio.

E os livros que a cada mês se multiplicam feito tijolinhos em minha estante, são a única divisão da realidade o outro lado do espelho. Aonde fujo de mim mesmo e das palavras acusadoras dos olhares agressivos.  

Tortura


Nessas horas em que eu mesmo me torturo
Quebrando meus dedos
Um... Por um...

O grito vem em alto e bom tom
“PARE, POR FAVOR, NÃO FAÇA MAIS ISSO”

Da mesma forma que vem o grito, vem o riso,
Me afogando em meu próprio sangue.

O pior é que sempre será assim...