AQUELA
IDEIA E O sentimento de que se tem que entrar no grupo, fazer parte de um
conjunto maior. Apenas uma célula no organismo e ser feliz... Completamente e
espontaneamente comum, simples e sem nenhuma complexidade. A obrigação de se
dividir em dois, três ou quantos puder dependendo do conjunto em que estiver.
Esconder dos outros as verdadeiras opiniões o modo de pensar, com medo do que
irão achar ou de ser deixado de lado.
As
escolhas de personalidade. O bobo da corte, o debochado, quieto, oprimido,
agressivo, o que se esconde dentro de si e o que tenta agradar a qualquer custo,
O líder, torturador, amigo, o diferente, indiferente, O que atira primeiro
e pergunta depois, etc. e tal. E nenhum destes sendo o seu verdadeiro modo de
ser.
Um silêncio
interminável, muitas vezes pode acompanhar o diferente, principalmente por
causa de não conseguir se encaixar completamente no ambiente em que estiver. E nesses
momentos o pensamento corre solto tentando descobrir a forma de se fazer presente,
o eterno apelo de estou aqui.
O diferente
incrivelmente não é aquele menos notado, muitas vezes é o mais falado, marcado,
lembrado o mais tachado com apelidos e brincadeiras incômodas, sua presença é simplesmente
provocante. Como se esperassem alguma reação anormal dele.
Não está
incomodado com sua condição, apenas deseja se encaixar em algum lugar. Um
espaço vazio reservado apenas para ele, mas tem a consciência de que não vai
ser assim. Espera o momento de que alguém o olhe demoradamente e descida se sentir provocado por qualquer
coisa que tenha dito ou feito.
Suas
palavras são escolhidas ou simplesmente saem espontaneamente. Pelo fato de ser
anormal, não tem um filtro social. Melhor ainda, seu filtro não é bem regulado pois muitas vezes deixa passar coisas sem significado para os outros, mas que
para ele fazem o maior sentido.
Seu olhar
já mostra quem é, alguma coisa afastada, sonhadora, que promete mais do que
pode dar ou menos do que pode ser.
Alguns se
sentem felizes pela circunstancia de sua diferença, pelo menos aparentam isso.
Eles conseguem esquecer os fatos ou simplesmente os colocam de lado. São
privilegiados por essa condição ou talvez simplesmente bobos, idiotas, coitados, prontos para serem enganados.