PROCUROU EM TODAS AS gavetas da casa, muitas gavetas, mas não
encontrou. Cada minuto que passava significava que podia ser pego e, se fosse
pego seria o fim. Claro que tinha a oportunidade de ele não encontrar o papel,
mas tinha que tentar.
Já dera uma
olhada nas estantes de livros, ele tinha Julio Verne e Jack London, Kafka e
Machado de Assis. Há, ele foi feito pra mim!
E nos últimos
minutos da chegada de Miguel, o desespero o dominou. Não encontrava o papel em
que colocou todo o seu coração, definindo o amor errado que cultivava no peito.
Uma mosca enjoada começou a atormentá-lo e nada que fizesse conseguia afastá-la. Sai...
Sai... Daqui, tenho que ir embora. Disse no mesmo estante em que a chave girava
na porta de entrada.
Um lindo rosto
de cabelos cacheados se mostrou a seus olhos. Miguel espantado ao vê-lo parado
ali na sala, disse que tinham que conversar e mostrou um papel dobrado entre
suas mãos.
Se sentou no
sofá, meio tremulo, era o fim. Iria odiá-lo para sempre, Miguel nunca mais vai
falar comigo.
Quero escutar
de sua boca, fale, não tenha medo. Você me ama Paulo? Não conseguiu responder,
seu coração palpitava no peito, a boca seca dava a intenção que iria se despedaçar
se dissesse uma única palavra. Então só conseguiu balançar a cabeça
afirmativamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário