sábado, 27 de dezembro de 2014

A Espera


– ESTAMOS AQUI NESSE MOMENTO, com o objetivo de ir até aquela estrala mais próxima.

 Disse apontando para o céu e revelando algo que todos os outros já sabiam.

– Mas existe um problema... Não sabemos como construir uma nave e nem se quer temos tecnologia para isso.

Mais uma vez repetia o que todos já sabiam. Edrick, que estava sentado na primeira fila, levantou a mão ansiosamente:

–  E nosso mestre tem alguma opinião de como faremos isso? Já que estamos discutindo há vários dias e noites sem dormir!

O mestre não disse mais nada a partir desse momento. Quieto como uma estatua, começou a pensar. Finalmente chegando a uma decisão, que veio espontaneamente do nada. Sentou-se calmamente no chão e disse:

– Vamos orar...

Foi feito o que o mestre ordenou, ou melhor, pediu. Pois ele nunca ordenava nada a ninguém. Todos deveriam segui-lo de livre e espontânea vontade. Levou horas, dias, semas e mais uma vez como a alguns anos atrás em uma reunião parecida, não aconteceu absolutamente nada.

O objetivo de ir até a estrala mais próxima foi marcado para outra reunia que mais uma vez iria acontecer vários anos depois. 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Leitura


DIVULGA-SE SOBRE O PRAZER da leitura que estimula a imaginação e até mesmo a própria escrita. Sim, existe tudo isso, mas é diferente para cada pessoa. Pode ser um vicio ou apenas um costume moderado.

Existem várias formas de se conseguir um livro e em ultimo momento até possuí-lo, o caso do vício é justamente esse, não se quer apenas  ler, mas também tê-lo em sua estante e conseguir a edição que possui a capa que mais ti agrada.

Para os que querem se iniciar no prazer milenar da leitura e descobrir quais sensações conseguirão sentir, quais mundos poderão alcançar. Basta apenas escolher um livro nesse mar de oportunidades da biblioteca, aonde com certeza vive Moby Dick a baleia branca.

Lá, você vai ter que se deixar afogar pelas histórias. Veja as capas, leia os nomes dos autores. No começo não escolha um dos maiores, mas sim os pequenos livros que vão te levar ao vício mais rapidamente.

Aí, depois de iniciado, você vai precisar de tempo para não sofrer a ansiedade de querer saber o destino das personagens. Não, não chore por elas, nunca lamente se as perder e absolutamente em hipótese alguma, não acredite em um final feliz.


terça-feira, 25 de novembro de 2014

Sonho: Incomodo


ANDAVA POR AQUELE PÁTIO sem motivo aparente, mas sempre parando em algum lugar aqui e ali, seja para ver o tempo passar, ler algum cartaz nas paredes ou até muito raramente notar alguém que se aproximava e ia embora seguindo seu caminho já definido.

Em todos os dias era a mesma rotina, distraído, não percebia muita coisa em seu redor, andar, parar, andar. E em todos os lugares, passava perto daquele homem que sempre estava a sua frente, nunca aparecia pelos lados ou pelas costas.

De uma forma muito estranha, percebeu vagamente que o incomodava. Tentou se afastar, mas para todos os lados que pensava ir lá estava àquela mesma pessoa. Uma coisa que sempre estava lá, mas porem, adormecida, o sinal de perigo bem no fundo de sua mente, começou a tocar. O que fazer? Não tinha escapatória alem de impor sua presença a criatura que ao que tudo indicava não queria lhe ver. De alguma forma ele sabia disso!

E as coisas foram evoluindo até que o homem apareceu com uma barra de ferro e vinha em sua direção...

sábado, 22 de novembro de 2014

SER...


Eu puro
Eu souto
Eu morto
Me mordo

Me sujo
Me prendo
Me arrependo
Repito

Espirro
Espero
Desisto
...



segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Eu mesmo...



NASCI EM 1 de novembro de 1993, nesse exato momento em que estou escrevendo, tenho 21 anos de idade e contando. Estou completando o terceiro ano do ensino médio.

Possuo um nome sonoro, pelo menos assim acredito. Apenas mais um nome no meio de outras dezenas de bilhões de pessoas. Deste meu nascimento, vivi em Vale!

Entrei na escola bem cedo e até hoje tento conviver com meus colegas, mas colocando isso de lado minha infância não foi ruim. Isso não impedi que aconteçam momentos não tão bons, não é verdade?

Alguns nomes dos lugares que morei por pouco tempo: Chaves, Chica Cobra. O mais longo deles Foi Osório. Com meus 11 anos vim para Rio Preto e estou até hoje aqui...

Não tenho muitas vitorias que possam ser contadas com admiração e entusiasmo.

Tenho a nítida impressão de que vivo de uma forma diferente, me preocupo muito comigo mesmo por isso deixo passar muitas coisas interessantes.

Vivo me afogando nos livros, não quero histórias que falem totalmente de minha realidade, mas da dos outros. Sou simplesmente assim, tento ser o máximo possível eu mesmo, mas me parece que não é bem assim que tem que ser.

Filho do meio! Tenho minhas duas irmãs Mona e Nique que no momento tentam viver suas vidas. Já sou tio, mas isso é outra história.

NÃO É UM ADEUS, MAS SIM UM ATÉ MAIS


Admito que ele não me satisfez, mas com certeza algum dia ainda voltarei a Lê-lo completamente.

Acho que foi por causa de minhas experiências de vida, me identifiquei um pouco com Zezé. E também tenho muita certeza que não procuro minha vida nos livros, quero algo diferente e como disse, tenho um pouco de Zezé em mim...



segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Expectativa


ESTOU EU, LÁ NAQUELA sala, passando algumas horas de minha existência em um lugar onde não esperava estar ou conhecer por dentro. Com pessoas totalmente estranhas e que com toda certeza não vou falar ou talvez nem, pelo resto de minha vida voltar a ver. Mas, as peripécias da escolha de meu nome planejaram aquelas poucas horas em que vou marcar as respostas em uma folha de papel, com a maior atenção que puder. Leia meu caro Guilherme e tente descobrir qual a alternativa  certa.

Será que estou aqui por mim mesmo? Tenho que conquistar o máximo de questões para consegui ir adiante, por causa de mim ou pelo que vão pensar se não conseguir?

Não só esta criatura insignificante, que tenta crescer a barba e pensa que assim terá uma aparência melhor, mas outros milhões de criaturas nesse momento estão controlando suas ansiedades e perspectivas de vida. Para sentar isoladamente em seu pequeno metro quadrado e resolver seus grandes problemas, que com certeza não são apenas a prova parada tão tranquilamente na superfície de sua mesa. E, Tentar pegar a chance... Como se fosse à única possibilidade de vitória.

Percebo que nada é original e que a repetição de meu nome faz com que ele seja tão gasto. Tantos Guilhermes por toda parte, tantos. E será que em algum lugar, andando por aí, existe alguém com a mesma combinação de três nomes?

Pois é, agora vamos à redação: "Publicidade infantil em questão no Brasil"


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

OLOCRÔNICAS


QUATRO FACHOS DE LUZ saem de cada canto da sala se concentrando em um único ponto. Um vulto indistinguível surge criando forma.

- Mas o que é isso, Elias? – e aponta em sua frente, a moça que aparece como se fosse um fantasma surgindo do nada.

- Oh, rapaz, como você pode me fazer uma pergunta dessas? É impossível não saber o que é?  
- Esta bem... Um holograma!

- Sim e não, não é apenas um holograma que estou lhe mostrando. Venha! 

Dizendo isso, caminha em direção ao meio da sala. Onde esta a mulher que acabara de se formar.

- Como vai, Lívia.

- Estou bem, doutor.

- Trouxe Rafael para conhecê-la. Ele é jornalista!

Lívia lançou um olhar em Rafael, que se aproximou bem perto para ver as falhas no holograma.

- Toque nela – disse Elias, aparentando ansiedade.

- Mas ela não é só um jogo de luzes. Minha mão atravessaria seu corpo?

- Garanto que não, vamos tente. Tive grandes avanços em meus estudos com a luz.

- Esta bem! 

Nervoso com a ideia de poder tocar naquele holograma, Rafael hesitou alguns segundos. Lívia lhe estende o braço e ele lhe segura a mão. Era tão real como se estivesse tocando alguém. Exceto por um fator: ela não tinha a textura e calor que se esperava vir da pele.

- Ainda tenho que me aprimorar muito mais, não é? – sorriu Elias.

- Concordo, mas já foi um grande passo, doutor.

- Sim, um grande passo! – disse Elias saindo da sala na companhia de Rafael.

As luzes se desligaram e Lívia desvaneceu no ar como se nunca tivesse existido.      




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ESTAVA SENTADO NO CANTO mais escuro de sua casa, com um gosto amargo na boca e um grande vazio no peito. Iria escrever mais uma daquelas enormes cartas, era um dos que ainda usavam a escrita cursiva, privilégio de poucos. Foi uma boa forma de encher o vazio e também caixas e mais caixas de papel.

Curvado no sofá, com uma das mãos apoiada na testa, pronunciou um nome. Sua voz não era nada mais que um sussurro, Elisa... disse ele novamente.

As luzes se acenderam mostrando a imagem de uma mulher, não tinha mais de 30 anos de idade. Minúsculas partículas de poeira magnética giravam em sua volta, aquilo mostrava que ela não era verdadeiramente um ser humano. Cada partícula encontrou seu lugar.

- Olá minha querida.

- Pablo, como foi seu dia?

- Ótimo, sente-se.

Elisa assentiu com um leve movimento de cabeça e sentou-se com toda sua falta de peso. As coisas mudaram tão rapidamente. Aquele fantasma na frente de Pablo era tudo que restara de Elisa, ele e as cartas.

Podia tocá-la, beijá-la, amá-la mas não era sua querida esposa. Mesmo assim agradeceu a Elias, por ter descoberto essa benção, Por ter deixado preservado um pequeno pedaço da consciência de sua esposa. Apesar de tudo Pablo nem mesmo conheceu Elias.

Elisa lhe deu um beijo carinhoso, mas foi como se um fantasma o tocasse com seu hálito frio. Mesmo assim, correspondeu o beijo.


Pablo era um homem morto...


----------------



ELIAS SE COLOCOU NA frente da linda mulher, ela estava pronta, todo o projeto holográfico já tinha sido terminado.  

- Lívia, você é a primeira de muitos, alem de ser o projeto de minha vida é claro.

- Sim doutor, o que está reservado para mim...?

- Vai permanecer comigo, eu ti criei... você sabe que vamos vender inteligências holográficas para todos que tiverem as condições de pagar pelo preço elevado que isso exige, não sabe? Nenhuma cópia será igual à outra, então alem de ser a primeira você também é única.


Lívia com seu programado gesto característico abaixou a cabeça e deu um meio sorriso. Parecia feliz com aquilo, ser mais do que um robô, mais que algo feito em alto escala com varias copias idênticas andando pelo mundo. Ela era única tal qual um ser humano.


Elias apertou um botão e Lívia desvaneceu. Tinha muitos preparativos pra fazer, as vendas gerariam milhões. 


MILHÕES


ELIAS SE COLOCOU NA frente da linda mulher, ela estava pronta, todo o projeto holográfico já tinha sido terminado.  

- Lívia, você é a primeira de muitos, alem de ser o projeto de minha vida é claro.

- Sim doutor, o que está reservado para mim...?

- Vai permanecer comigo, eu ti criei... você sabe que vamos vender inteligências holográficas para todos que tiverem as condições de pagar pelo preço elevado que isso exige, não sabe? Nenhuma cópia será igual à outra, então alem de ser a primeira você também é única.


Lívia com seu programado gesto característico abaixou a cabeça e deu um meio sorriso. Parecia feliz com aquilo, ser mais do que um robô, mais que algo feito em alto escala com varias copias idênticas andando pelo mundo. Ela era única tal qual um ser humano.

Elias apertou um botão e Lívia desvaneceu. Tinha muitos preparativos pra fazer, as vendas gerariam milhões. 

terça-feira, 28 de outubro de 2014

VEREI A MORTE HOJE

Não pense que o que vou escrever seja em relação a mim!


ESCREVO MINHA SENTENÇA DE morte. A vida para mim é uma luta sem vitória. Percebo que se eu encarar todas as circunstanciam opressoras, não terei forças para prosseguir. Quando pareço certo estou errado, quando errado continuo assim.

Através dessas conclusões e de que minha sentença de solidão continua me acompanhando, diria que eternamente. Escolho sair desta vida com clara consciência do que me espera depois da morte.

Sei que meu espírito vai continuar existindo e que os castigos reservados para um suicida são grandes, mas não tenho outro caminho. Vou lançar mão do livre arbítrio e já que sei sobre meu futuro, também sei que não terei perdão.


Pois bem, meus pulsos vão ser cortados, o que vai ser mais difícil para mim. Mesmo querendo a morte, temo a dor. 

domingo, 26 de outubro de 2014

EXCLUSÃO


O QUE É, E COMO PODE ACONTECER ?

Antes, colocarei  a minha posição nesse tema. Vivo em uma bolha social, coisa que criei para mim mesmo com ajuda do que vem de fora. Então não me considero apto para falar sobre a exclusão causada por questão financeira, que os filhinhos de papai parecem fazer. Por que se isso acontece comigo, imagino que seja por outros motivos, e não são poucos. Mas o mundo é cheio de contradições, tanto que a vitima do preconceito é tão capaz de ser preconceituosa, quanto seu agressor.  

Por isso participo daquela idéia do orai e vigiai. Se livre de tudo que há de ruim, mas também preste atenção para não colaborar com o mal. 

Excluir seria o ato deliberado de colocar de fora, ou seja, por algum motivo ou  razão separar, dividir, apagar de vez alguma coisa ou alguém, de um grupo específico. Essa é minha definição do que acontece em qualquer ambiente, seja em sala de aula ou no trabalho, podendo ter vários motivos, inclusive por questão de desafeto.

Parece que o ser humano não se dá tão bem com a diferença. E essa questão esta presa no subconsciente de todos. O rico separa o pobre, pois ele não esta na mesma posição. O pobre separa o rico porquê o considera privilegiado.

A desigualdade social causa um tipo de prejuízo, incomoda muito os que de alguma forma estão em posição de destaque. Tanto que a forma de separar uma pessoa de um grupo é mostrar para os conhecidos que o alvo em questão não é igual a todos. Literalmente apontar o dedo e dizer: é pobre, feio, burro, preguiçoso.  Ou até o contrario: olha o rico, metido, ele se acha, é favorecido sem merecer.


Não digo que seja sempre assim, o ser humano é feito de contradições tão grandes. Um dia não concorda com alguém por não gostar de azul e no outro, defende a cor com unhas e dentes. 

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Experiência de Leitura – Meus Primeiros Livros


FORAM DOIS LIVROS, BASTANTE curtos, mas que incentivaram a começar minhas leituras. Já lia muito antes de saber decifrar as palavras, pois em algumas vezes pedi que minha mãe lesse para mim um livrinho ilustrado que falava sobre o perigo da extinção dos micos leões dourados. Talvez o interesse fosse maior pelas imagens, mas, mesmo assim tive contado com a história.

E o segundo, já passou por minhas mãos e consegui decifrar sua história por mim mesmo. Contava sobre a esperteza de um burro, que querendo tirar o peso dos fardos de sal que seu dono colocava sobre suas costas, sempre mergulhava no rio. E sobre como o dono fez para castigá-lo.


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

UM HOMEM MORTO...


ESTAVA SENTADO NO CANTO mais escuro de sua casa, com um gosto amargo na boca e um grande vazio no peito. Iria escrever mais uma daquelas enormes cartas, era um dos que ainda usavam a escrita cursiva, privilégio de poucos. Foi uma boa forma de encher o vazio e também caixas e mais caixas de papel.

Curvado no sofá, com uma das mãos apoiada na testa, pronunciou um nome. Sua voz não era nada mais que um sussurro, Elisa... disse ele novamente.

As luzes se acenderam mostrando a imagem de uma mulher, não tinha mais de 30 anos de idade. Minúsculas partículas de poeira magnética giravam em sua volta, aquilo mostrava que ela não era verdadeiramente um ser humano. Cada partícula encontrou seu lugar.

- Olá minha querida.

- Pablo, como foi seu dia?

- Ótimo, sente-se.

Elisa assentiu com um leve movimento de cabeça e sentou-se com toda sua falta de peso. As coisas mudaram tão rapidamente. Aquele fantasma na frente de Pablo era tudo que restara de Elisa, ele e as cartas.

Podia tocá-la, beijá-la, amá-la mas não era sua querida esposa. Mesmo assim agradeceu a Elias, por ter descoberto essa benção, Por ter deixado preservado um pequeno pedaço da consciência de sua esposa. Apesar de tudo Pablo nem mesmo conheceu Elias.

Elisa lhe deu um beijo carinhoso, mas foi como se um fantasma o tocasse com seu hálito frio. Mesmo assim, correspondeu o beijo.


Pablo era um homem morto...

sábado, 18 de outubro de 2014

PÔR DO SOL


NÃO SEI COMO ELE conseguiu chegar aquele ponto. Dominou praticamente o mundo inteiro, felizmente obtendo resistência de seus iguais, os grandes reis, mas mesmo assim foi adiante até sobrarem três de seus adversários. O maldito até conseguiu matar dois de meus bastardos, mas não descerei  de meu trono para derrotar esse bonequinho de barro que eu mesmo moldei. Tenho quem faça isso por mim. Seu castigo já está preparado!

Agora que tirei Mírr do caminho de Venial, tudo correrá tranquilamente. Consigo ver que minha vontade será feita.


ELE ESTAVA COM HEMATOMAS pelo corpo inteiro. Como é possível de um dia para o outro Venial ter se machucado tanto assim, há poucas horas eu o tinha visto com aparência muito melhor, Agora parecia um morto.

Um de seus olhos foi coberto por um enorme inchaço, mas mesmo assim, em quando eu conversava com ele, sua energia que a primeira vista parecia ter se esgotado  completamente. Estava voltando aos poucos com  a perspectiva de matar nosso inimigo. Tentei lhe perguntar o que tinha acontecido, mas seus pensamentos só se focavam no rei que devia que morrer. Essa era sua meta.  


NAQUELE DIA QUANDO O sol se pôs a guerra terminou. Suas mãos foram armas e com elas, derrotou o aço de uma espada que já não tem mais dono, quebrou a armadura de um rei pretensioso. E são muitos os que podem contar como foi que aconteceu. 



O ESPÍRITO DE um grande rei esta em minhas mãos. Esse teve toda a gloria em vida, colocou sua vontade sobre todas as outras e tentou alcançar a fortaleza dos deuses. Ainda tenho que consultar mel pai, para saber quais são suas intenções em relação ao novo morto. Rei Sol aproveite sua estadia eterna em meu reino das sombras, aqui velas não são acesas. 

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Venial / De guando Venial se coloca a serviço de um dos reis da trindade


CONTINUAÇÃO DE – MEU HERÓI

ESTAVA NO CASTELO de um dos três reis restantes. Tinha vendido meus serviços a ele, pois pretendia defender um dos lados na grande guerra que ameaçava vir bater em nossas portas. Porem Maemote I me colocou como babá de seus dois filhos, o maldito rei tinha a certeza de que o inimigo tentaria contra a vida de seus herdeiros. Tive que estar na companhia de Maemote II além de vigiar sua irmã, Vani.

O garoto me tratava como uma sombra, não me dirigia uma palavra se quer. Pois nem precisava, sabia que eu estaria ali. Já a menina me procurava a todos os estantes, sempre quando tinha uma oportunidade, conversava comigo deixando claro suas intenções de me levar a seu quarto.

Todas as vezes que pude aceitar um daqueles convites, são incontáveis. Poderia tê-la quando quisesse, as leis daquele reino me permitiam isso e acredito que Maemote I incentivava sua filha, mas não quis usufruir de meus direitos. Já naquele tempo eu sabia de quem era verdadeiramente filho e essa noticia correu em todas as direções. O filho que acaso surgi-se de um momento de fraqueza minha com Vani, seria privilegiado simplesmente pelo fato ser meu filho, alem de ter uma grande possibilidade de herdar algum dom divino, Maemote I sabia disso. Meu pai já tinha tratado de espalhar o sangue dos deuses sobre a terra. Eu não continuaria com seus erros.

Curiosamente o príncipe estava mais preso aos costumes do que sua irmã. Só teria uma mulher em toda sua vida, a rainha destinada a compartilhar o trono, que poderia passar as mãos do príncipe a qualquer momento guando a guerra estourasse. 

***

O monstro Pesadelo atacou e tivemos muitas baixas. Os cemitérios estão lotados com as centenas de ossos polidos que a criatura deixou para trás e ao que tudo indicava, ela tinha um objetivo, procurava alguém. Vani diz que era eu o que Pesadelo procurava e seu pai que aquilo de alguma forma foi obra do Rei Sol para enfraquecer a trindade, ultima resistência a sua dominação. Mas esse simples mortal não teria poder para invocar tal criatura, disso tenho certeza.

***

Agora concordo com Vani, um herói atrai acontecimentos estranhos. Cada dia de minha vida literalmente é uma aventura, sou testado por todos, eu escolhi isso para mim.

Então já que minha presença é prejudicial para os filhos de Maemote I e que todas as tropas da trindade estavam se movimenta para a guerra, as acompanhei. Só meu pai sabe agora o que vai acontecer e que o destino esteja em suas mãos.
   

  

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

MEU HERÓI



EU O QUERO DO fundo do meu coração. Farei-me sua mulher a qualquer custo. Você me terá em seus braços Venial, ou não me chamo Vaní.

No dia em que ele me salvou de pesadelo, descobri que nossas almas estavam entrelaçadas. Simplesmente, fomos feitos um para o outro.

Tem que ser assim, afinal, eu sou a filha de um dos grandes reis da aliança. Meu pai fez de Venial o  guarda costas de todos os seus filhos. Em quanto minha vida correr perigo, ele estará do meu lado.

Aquela criatura monstruosa ou pelo menos uma parte dela, tentou me devorar. O monstro se dividiu em várias partes e invadiu o castelo, feito uma névoa negra que passou por entre as rochas dos muros.

Não estava atrás de mim, mas de meu amado herói. Cada ser vivo que a criatura das trevas encontrava em seu caminho, era devorado até os ossos. E eu entrei no caminho de pesadelo.

Venial se pôs entre mim e o mostro, foi coberto pelo manto negro de pesadelo que tentou devorar sua carne.


Mas, me parece que o sangue de meu herói é indigesto. Pois em cada vez que se encostava ao líquido vermelho vivo uma parte de pesadelo se desfazia em fumaça, para não voltar nunca mais.




sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O DEVORADOR DE DEUSES

NÃO FALAVA NEM TINHA consciência de nenhuma forma. Seu cérebro era minúsculo apesar do tamanho descomunal do crânio, para ele a vida era comer e dormir. Às vezes o sono durava eternidades e quando acordava, desespero e morte seguiam seu caminho.

Estava escondido no meio de uma enorme floresta, sobre as sombras de gigantescas árvores seculares. Seu sono já durara por décadas, ele foi esquecido pelo mundo e uma grossa camada de musgo e folhas apodrecidas grudava sobre o espesso couro de suas costas. Aqui e ali se podia ver o branco do osso que perfurava a pele. Mas ao que tudo indicava, iria dormir por mais tempo e se os deuses quisessem, por todo o sempre.

Foi fruto dos sonhos atormentados de Mírr. Em que o deus acreditava poder existir algo maior, mais poderoso que qualquer divindade, criaturas capazes de devorar os imortais.

Já que era sua criação inconsciente, Mírr não conseguia controlá-lo muito bem, mas o monstro servil de varias formas a seus propósitos. Feito um selvagem animal de estimação, a criatura dos sonhos, já devorou vários de seus desafetos.

Levando o som de sua voz pelo vento, pois não se atrevia chegar muito perto de pesadelo. Mírr, conseguia alcançar na forma de sussurro os ouvidos calejados do monstro e o atiçava. Mostrando que à hora da comida avia chegado.

O irmão invejoso de Venial  estava planejando um encontro do herói com pesadelo, o pior de seus sonhos. 


Acordou se espreguiçando e mostrando enormes mandíbulas. Não se assemelhava a nenhum animal conhecido pelo homem comum. Derrubou todas as árvores que o prendiam naquele lugar, abrindo seu caminho mais uma vez, arrastou sua enorme barriga vazia, para dentro do mundo dos homens. Pesadelo acordou e tinha um objetivo bem definido, estava com fome e precisava se alimentar.




AVENCA



AVENCA QUIS ESCREVER AQUI no blog, mas só que ela não sabe o que falar.

Acredite em mim, quando digo que ela e um tipo de mulher diferente. Não pense que é desprovida de beleza. Pois todos que conhecem Avenca, concordam comigo, essa garota  já destruiu muitos corações. Parece-me que estou indo pelo mesmo caminho.

Não é seu rosto, corpo nem o modo de vestir, mas são suas palavras, diferentes, que chamam atenção. Avenca fala o que pensa e tem a habilidade de fazer com que as pessoas não levem muito a serio.

E, além disso, ela sabe escutar. Já percebi isso, Avenca, e parece que fui o ultimo a notar.

Ainda vou conseguir fazer com que  a menina coloque no papel algumas de suas frases marcantes. Afinal, sempre vale apena tentar. Não é mesmo? 


Essa é minha vida esse sou eu. Um abraço Avenca do meu coração, amiga e amada. Espero que não queiram saber quem é você menina das pétala.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Possuídos


ATÉ QUANTO VOU CONTINUAR respirando? Quase morri, mas não foi por hoje. Graças ao deus de todos os deuses, por  ter colocado Venial em meu caminho. Olha só, um herói com nome de um deus! E por isso tive a oportunidade de ver com meus próprios olhos a queda do grande rei.

Estava cansado, já bastante ferido. Com cortes pelo corpo que não saíram barato para quem os fez. Eu e Venial lutávamos lado a lado, somos grandes amigos, fizemos escorrer muito sangue sobre a terra.

O que mais me fascinava nele era o fato de ser verdadeiro. Nesses tempos, qualquer um pode se chamar de herói. E provou ser, mostrando sua bravura e força, que um homem comum não pode ter, eu com certeza não tenho.

Mas não o invejo. Pelas histórias que conta, fez por merecer seus poderes

Nesse dia, no começo da tarde, já estávamos em campo de batalha há muito tempo. Não se sabia qual exercito ganhava. A aliança tinha que vencer aquele que se alto proclamou deus. De qualquer jeito era vitória ou morte!

Não sei como aconteceu, nem se alguma força fora de minha compreensão tenha agido sobre a mente de todos naquele dia e principalmente dos três soldados. Mas no momento em que os homens em luta se afastaram de Venial, formando um espaço livre entre ele e qualquer um que temesse perder a própria vida. Talvez por magia, mas o silencio se fez sobre os dois exércitos naqueles poucos minutos em que o conflito parou.

Três soldados mais próximos do meu amigo, desmaiaram um seguido do outro em confusões epilépticas. Nesse pouco tempo entre a queda do primeiro e a do terceiro, estavam novamente de pé avançando na direção de Venial. Seus rostos completamente mudados e os olhos parecendo não ver.

Tentei me mexer para ajudá-lo, mas alguém dentro de mim não queria que eu fizesse isso.

Venial se protegia dos golpes furiosos que vinham de diferentes direções ao mesmo tempo. Sendo recebido logo depois por mais tentativas de alcançá-lo com laminas de três espadas. Caretas medonhas que contorciam todos os músculos do rosto, foram feitas pelos furiosos soldados do Deus Sol.

O maior de todos, por muito custo foi o primeiro a cair seguido alguns minutos de pois por mais outro.

Que luta meu Deus. Não foi fácil, mesmo ele sendo um herói. Teve momentos que acreditei que Venial não sairia vivo dessa História. Lutou mais bravamente com o ultimo dos homens possuídos e o venceu da mesma forma.

E quando atingiu a cabeça do homem com sua enorme mão, esmigalhando todo o crânio. Os soldados a volta criaram vida, com a morte do possuído a guerra começo mais uma vez.

Venial olhou para mim e abril seu longo sorriso de dentes brancos, dizendo que ainda não estava morto...  mas ate quando Venial?



segunda-feira, 6 de outubro de 2014

REI SOL

NASCI EM TRONO DE ouro, meus professores foram os melhores, conheci tudo que foi preciso saber, cuidei do corpo e da alma e sou maior guerreiro do que qualquer soldado em meus exércitos. Fiz-me rei antes de meu vigésimo aniversario e nas guerras, me coloco nas primeiras fileiras incentivando todos a prosseguir. Ultimamente as batalhas são eternas!

Fiz o que tinha de fazer, não tive outra escolha. Sou um deus, mesmo nascendo homem reivindico para mim a divindade de governar os homens. Então bani todos os cultos a outros deuses nas terras que controlo.  

Reuni exércitos e marchei sobre dezenas de reinos infiéis, eles devem se curvar perante seu novo deus, o Deus Sol. Mas parece que meia dúzia de reinos ainda resiste. Porem por pouco tempo.

No campo de batalha é que se mostra o verdadeiro espírito da humanidade, e vou estar lá para vencer. Instituirei uma dinastia de deuses sobre a terra, dando a meus filhos todos os impérios existentes.

Agora tudo em que lutei vai se tornar realidade, essa é a ultima batalha em que vou subjugá-lo sobre meus pés...


domingo, 5 de outubro de 2014

Como Começou - Elixir da Imortalidade


"Reuni todas as informações sobre a pedra filosofal e a panaceia universal"



NÃO VOU DATAR MEUS escritos, pois de que me serve marcar o tempo. Mais importante é minha história. Chamo-me Fabrício, deste criança me fascinei pela ciência, só que em minha época ela estava começando, mistura de magia e realidade. Desacreditada por muitos e os primeiros livros que li sobre alquimia foram meros passatempos, brincadeiras de criança.

Mas quando passei a entender melhor sobre o que estava escrito naquelas páginas e muitas vezes desenhado em códigos indecifráveis, a primeira vista. Pus-me  a procurar testar as afirmações sobre experiências feitas pelor alquimistas, descobri que um dia a morte me alcançaria com seus cadavéricos dedos e aqueles livros me prometiam um dos maiores sonhos que a humanidade já teve. Eles afirmavam ser possível ludibriar a morte e até onde eu tinha noticias, um deles conseguiu e seu nome era Nicolau Flamel.   

***

Hoje duvido que Flamel tenha feito isso, apesar de todos os meus esforços para encontrá-lo não tive nenhuma prova de que vive. A não ser é claro, seu tumulo estar vazio, mas consigo imaginar um bom motivo para isso, estamos tendo uma grande ocorrência de ladrões de corpos. Estudiosos têm que recorrer a meios ilegais para progredir em seus conhecimentos do corpo humano, uma forma de aprender a curar as doenças, prolongar a vida.

***

Reuni todas as informações sobre a pedra filosofal e a panaceia universal, esses dois objetos, se é que posso chamá-los assim, vão ser meu foco de pesquisa.

***

Afirmo que descobri um meio de criar a pedra e depois que conseguir, eu irei destruir toda minha pesquisa. Sim a ciência está envolvida nisso, mas a magia tem sua parte no que vou fazer. Exige certos ingredientes mágicos e alguns elementos descobertos há pouco tempo. A pedra ao mesmo tempo é a panaceia: ira curar minhas doenças, ficando em meu corpo por toda eternidade, será parte de mim, estará em minha carne.

***


Não quero ouro, mas sim vida eterna, e para isso terei de beber a poção. Nesse exato momento ela está ao meu lado fumegando no caldeirão de estanho. Consegui dissolver parte da pedra e terei de despejar garganta a baixo o conteúdo incandescente. Será terrível eu sei, mas os benefícios vão ser incontáveis.  

***
  
Que agonia interminável minhas entranhas estão em carne viva, mal consigo suportar a dor, mas é preciso, a panaceia irá me curar. Agora só basta dormir..


 .