“É imposto por lei, neste reino a partir
deste dia em diante. Que cada cidadão devera manter aquilo que está dito como
‘boa aparência’ aquele que for pego infrigindo as normas ditadas neste decreto,
receberá pena de morte, após exposição publica.”
E as mortes
foram acontecendo. O Rei destacou uma junta de poucas pessoas para julgar e
condenar os que andavam de forma estranha ou se vestiam e falavam
estranhamente. Na verdade essa lei imposta pelo Rei era uma desculpa para
derrotar seus inimigos, pois desconfiava do inicio de uma possível revolta.
De um reino
muito afastado e a muito tempo sem contato com outra civilização. A ignorância
e desinformação imperavam. Fome era uma sensação conhecida até pela pequena
parcela mais rica do reino. E não é de deixar de entender os motivos do Rei,
prepotente que acumulava as poucas riquezas e ainda não fora deposto pelo medo
que gerava na população.
Vestido de
maneira espalhafatosa com varias camadas de roupa recobrindo seu corpo
malcheiroso. Era a pessoa mais estranha do reino, o próprio Rei, desprovido de
beleza e com voz esganiçada, se dizia o mais belo e qualificado homem,
comparado com todos os seus súditos. O que fazia mais contraditória sua lei,
deveria ser o primeiro a ir em direção da morte.
Foi o que um
menestrel percebeu, espalhando suas cantigas para tentar colocar na mente de
todos o que é fato, o Rei deve ser morto por sua própria lei. Espalhando-se de
boca á boca os versos esclarecedores criaram vida, alimentando o instinto de
revolução mesmo depois da morte do pobre menestrel.
Tentativas de
controlar o que era dito não surtiram efeito, mesmo com os enforcamentos e decapitações
crescendo em cada dia. Só se reavivavam o grito de protesto ainda mais: “O REI DEVE
SER MORTO POR SUA PRÓPRIA LEI!”
O povo foi as
ruas e a reação do governo se enfraqueceu em frente da força maior, com o grito
de protesto repetido em cada instante. As portas do castelo derrubadas pela
avalanche de pessoas e o governante, encurralado na torre mais alta. Arrastado em
direção a multidão, foi morto ali mesmo em frente às portas do castelo. Aliviando
todos com o velho ditado: “Rei morto rei posto.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário