terça-feira, 19 de novembro de 2013

O Decreto do Rei



“É imposto por lei, neste reino a partir deste dia em diante. Que cada cidadão devera manter aquilo que está dito como ‘boa aparência’ aquele que for pego infrigindo as normas ditadas neste decreto, receberá pena de morte, após exposição publica.”


E as mortes foram acontecendo. O Rei destacou uma junta de poucas pessoas para julgar e condenar os que andavam de forma estranha ou se vestiam e falavam estranhamente. Na verdade essa lei imposta pelo Rei era uma desculpa para derrotar seus inimigos, pois desconfiava do inicio de uma possível revolta.

De um reino muito afastado e a muito tempo sem contato com outra civilização. A ignorância e desinformação imperavam. Fome era uma sensação conhecida até pela pequena parcela mais rica do reino. E não é de deixar de entender os motivos do Rei, prepotente que acumulava as poucas riquezas e ainda não fora deposto pelo medo que gerava na população.   
  
Vestido de maneira espalhafatosa com varias camadas de roupa recobrindo seu corpo malcheiroso. Era a pessoa mais estranha do reino, o próprio Rei, desprovido de beleza e com voz esganiçada, se dizia o mais belo e qualificado homem, comparado com todos os seus súditos. O que fazia mais contraditória sua lei, deveria ser o primeiro a ir em direção da morte.

Foi o que um menestrel percebeu, espalhando suas cantigas para tentar colocar na mente de todos o que é fato, o Rei deve ser morto por sua própria lei. Espalhando-se de boca á boca os versos esclarecedores criaram vida, alimentando o instinto de revolução mesmo depois da morte do pobre menestrel.

Tentativas de controlar o que era dito não surtiram efeito, mesmo com os enforcamentos e decapitações crescendo em cada dia. Só se reavivavam o grito de protesto ainda mais: “O REI DEVE SER MORTO POR SUA PRÓPRIA LEI!”

O povo foi as ruas e a reação do governo se enfraqueceu em frente da força maior, com o grito de protesto repetido em cada instante. As portas do castelo derrubadas pela avalanche de pessoas e o governante, encurralado na torre mais alta. Arrastado em direção a multidão, foi morto ali mesmo em frente às portas do castelo. Aliviando todos com o velho ditado: “Rei morto rei posto.”  

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