- ISA -
- LOGO MAIS VOU SABER o que poderá ter
acontecer a ele, já partiu a um dia com sua minúscula mochila contendo poucos
suprimentos e algumas mudas de roupa...
Isa registrava em seu gravador os dados de
viagem, o que já tinha virado um costume. Seus relatos e os de seu companheiro
eram o de mais importante que avia em toda a caminhada que fizeram ao longo do
tempo e do espaço. Tudo o que aconteceu estava registrado em um minúsculo
gravador portátil, preso a cintura de Isa.
- Nada de sinal, tentei muitas vezes e já
desisti. Insisti muito para ir junto, mas ele não quis. Disse apenas que
seria mais necessária aqui. Enlouquecidamente quer ver o que há do outro lado.
- É um louco, no terceiro dia e ainda não
voltou. As lendas que vimos sobre o que iríamos encontrar não nos davam
respostas tranquilizadoras, só falavam em morte. O povo deste lugar não se
atreve a aparecer nem onde estou acampada. Continuo esperando, procurando um
sinal!
A cada hora que se passava, ficava cada
vez mais nervosa, se maldizendo por não ter insistido mais, em ir com ele.
- Que droga! Onde você está nesse momento,
vou me aprontar e procurá-lo.
***
- Subida íngreme! Estou perdendo
facilmente o fôlego, porque me convenceu a fazer isso Guilherme? Se não fosse
você, hoje eu estaria tranquila em minha casa na terra e não em um planeta
completamente estranho, a procura de uma civilização perdida. Será que a era de
exploração nunca vai acabar... Que louca sou, a humanidade ainda tem um
universo infinito e graças a Deus comprovadamente habitado!
- Ainda não ti encontrei, à noite
esta alta, tenho que montar acampamento. Encontrei sinais da civilização que
procuramos. Será que você encontrou os mesmos sinais? Espero!
- Acordei bem sedo hoje, estou preocupada,
recebi um comunicado da Terra. Eles querem saber como estamos e se temos
progresso, tive que mentir e afirmei que mandaria um relatório daqui a alguns
dias.
Tentou estabelecer contato, mas não
conseguia.
- Já estou no alto e vejo uma enorme
construção, parece muito longe desse ponto de vista. Estou indo para lá!
Um imenso espaço se descortinava em sua
volta.
- GUILHERME -
- JÁ SAI A ALGUNS dias e me localizo nas
ruínas, Isa me preocupa, não tenho nenhum sinal de comunicação, ela deve estar
desesperada. Nós dois estamos nesse planeta a um ano da terra. Registramos e
catalogamos espécimes, e as histórias de uma civilização alienígena. Primeira
raça comprovadamente alienígena que a humanidade encontrou a séculos.
Dizia ele eufórico e sabia que muitas
perguntas sobre aquele povo ainda deviam ser respondidas.
- Eles me lembram os antigos índios da
terra... Índios que não existem mais, foram todos incorporados à civilização.
Se perguntava se naquele imenso planeta
existiriam outros povos. Aparentemente aquele que avia encontrado, vivia
isolado a muito tempo.
- Com a descoberta das lendas que se
referem a essas ruínas, Isa se assustou, ela é facilmente influenciável, leva
tudo ao pé da letra.
E mostrava os enormes monumentos,
focalizados sobre a lente de uma pequena maquina de vídeo.
- Tive que deixá-la no acampamento, tentou
me convencer a levá-la comigo, mas não aceitei precisava mais dela ali. Nos
comunicamos poucas vezes, depois o sinal caiu, alguma interferência magnética
com certeza.
- Guando via as ruínas pela primeira vez,
fique extasiado. Sou fascinado por história e estou abrindo um novo ramo dessa
árvore que compõe todos os fatos históricos do planeta terra, talvez essa
civilização que vejo através do passado tenha tido de alguma for um contato com
nosso planeta.
Guardou a máquina em sua mochila, se
aproximou de uma das paredes.
- Enormes construções feitas com
gigantescos blocos vermelhos. Consigo ver alguns desenhos incrustados nos
blocos, vários estão bastante corroídos pelo tempo, mas é incrível ainda
conseguir ver esses desenhos.
Sentiu a tentação de sentir a textura das
inscrições na pedra.
- Não consigo encontrar nenhum sinal de
entrada, vou montar acampamento aqui mesmo.
- Ah, tenho que voltar e contar tudo a Isa,
tenho que trazê-la comigo e também um daqueles alienígenas tão supersticiosos.
Ele tem que me traduzir esses desenhos, se é que pode traduzi-los.
- OUTROS
TEMPOS -
FICAVA SENTADO PERTO DE sua casa, já
era bastante velho o que o fazia ser respeitado e procurado. No dia em
que os dois humanos vieram, começou a esperar grandes coisas.
Um homem e uma mulher se diziam de outro
planeta, apontavam as estrelas tentando mostrar um ponto luminoso em especial,
Terra. Traziam muitas coisas, se dispuseram a mostrar a todos. Instrumentos sem
sentido para ele.
- Nós queremos saber sobre vocês, sua
história!
Dizia o homem tentando ser entendido. Ele
com todo prazer contou tudo que pode. E muitos dias se passaram nessa troca de
conhecimento.
Quando os dois quiseram em direção as
ruínas, ele tentou impedi-los.
- Não podem entrar em um local sagrado.
Mas o homem insistia.
Tentou impedi-los colocando medo, sabia
que o medo era a solução, inventou histórias falando sobre morte. Mas eles
foram mesmo assim. Não usou de força, sentia que os tempos eram outros,
que seu mundo já não era o que era antes.
E quando o homem apareceu novamente em sua
casa, soube o que precisava ser feito. Se curvou sentindo o peso do tempo sobre
suas costas e atendeu a seu pedido. Afinal eram outros tempos.
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