quinta-feira, 10 de outubro de 2013

INFÂNCIA



SE COMEÇA EM UMA sala de aula com minúsculas cadeiras e mesas em miniatura, um quadro verde escuro, que suporta em cima de si vários cartazes de papel A4 com letras de A até Z em destaque. Ambiente com gosto de infância, cheiro de inocência esperada na maioria dos pequenos que estão sentados ali.

Nas janelas, muitas experiências quietas em copinhos descartáveis esperando a luz do sol. Alguma coisa está se desenvolve em um algodão com poucas gotas de água.

Muitos lápis de cores variadas, dezenas de desenhos feitos e pintados, aqui e ali um sol sorridente olhando de uma das mesas.

De repente um beija-flor aparece do nada e se move para todos os lados, chamando a atenção das crianças. Peito de um verde brilhante. Se consegui ouvir o movimento de suas assas que batem muitas vezes por segundo, se impondo sobre o som do ventilador que até alguns minutos não estava ligado.

O passarinho some de vista. Aonde foi...? Aonde foi...?

E jogado em um dos cantos da sala, com o peito atingido por uma das pás do ventilador. Algo morto ou melhor, prestes a morrer, pois o coração ainda bate.


A morte de um vermelho intenso, anuncia sua presença.  Em que as crianças não podem tocar, pois ainda não estão preparadas para essa verdade. 

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