quarta-feira, 23 de outubro de 2013

VAMPIRO


EM UM DOS MAIS altos andares do castelo, num enorme quarto onde a primeira vista se via apenas uma cama de espaldar alto. As paredes cobertas por pesadas tapeçarias com complicadas formas geométricas, onde predominava o vermelho. Uma janela se abria para o vazio onde se via apenas o azul do céu, teria que se elevar e curva sobre a janela, para ver a paisagem muitos metros a baixo.

Esse era o único castelo do reino e, por ser o único era imenso e formidável. Fruto do esforço de muitos reis que as décadas trouxeram. Até o exato momento em que se passa a história ele ainda crescia e era renovado, não se sabendo quando seria o termino de sua construção.

Uma atmosfera sombria cobria todo o ambiente, com seus tons de claro e escuro. A população temia o que o próximo dia ofereceria a todos. Uma praga se espalhava pelo reino e todos se olhavam com desconfiança.

O habitante do quarto em questão era uma linda moça de seus quinze a dezesseis anos de idade. Não diria que fosse delicada ou mimada, apesar de ter bastante atenção dos que a cercavam, afinal de contas era uma princesa. Filha de um rei prospero que no momento se esforçava para livrar seu reino dos que se chamavam vampiros.      

Aparentemente eram seres sobrenaturais que se alimentavam do sangue de seres humanos e, os que eram mordidos se tornavam um deles. As coisas saíram do controle  e a derrota batia na porta, em forma de morte evidente. O rei e seus cavaleiros, os que ainda restavam, se trancaram em um local do castelo para planejar o desfecho e ultima tentativa de controlar a situação.  Aparentemente nenhum vampiro conseguira se aproximar do castelo.

 A princesa tinha consciência de tudo que acontecia em sua volta. O medo e desesperança percorriam sua mente. E passava muitas horas trancada em seu quarto. Apesar dos protestos de um cavalheiro de armadura dourada que era seu pretendente.

Certa noite, a escuridão total já tinha se espalhado pelos vários corredores abandonados do castelo. E uma figura subia facilmente suas paredes de pedra lisa, a luz do luar não lhe denunciava a presença. Pretendia entrar no quarto da princesa. No  momento em que chegou ao patamar da janela, ela se abril como se não tivesse sido fechada e ele entrou.

Sua presença no quarto não moveu nenhuma atenção da mulher que dormia sobre os cobertores. Ele se aproximou da cama e olhou fixamente para sua vitima. Sabia que ela não acordaria nem se a chamasse pelo nome. Então se curvou, afastou os cobertores, procurava sugar todo seu sangue e a transformar.

Era um homem completamente sem expressão. E agora estava sobre a princesa, nada lhe impediria de trazê-la para si. A suspendeu segurando a sobre os ombros, seu rosto corado era mais um chamariz para a vontade do vampiro. Fincou suas pressas sobre o pescoço onde estava uma deliciosa veia pulsante. E mesmo assim ela não acordou, seu rosto embranqueceu e ávida se foi. Ele a colocou novamente sobre os cobertores, como se nada devesse acontecido. E se foi!

O dia seguinte contaria sua história.             

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

ABISSAL


NAS PROFUNDEZAS DO MAR, nas rachaduras da crosta recobertas por milhões de litros de água salgada. Onde nenhum ser terrestre teria a oportunidade de estar presente, sem morrer muito antes de chegar naquelas trevas absolutas. Criaturas fantásticas perambulam e se rastejam as cegas, a espreita umas das outras.

Seres em que a imaginação mais doentia teria dificuldades em formar. Corpos transparentes que se pode ver todo seu sistema circulatório, com tentáculos luminosos. grandes mandíbulas, com espetos em forma de tentes, capazes de se expandir e engolir criaturas de maior porte.


Nesse local a vida é mais sombria, coisa que não teria a menor importância para seus moradores que não tem nenhuma forma de pensamento em seus corpos. Lá eles estão e vão ficar por milhões de anos, resistindo e se devorando uns aos outros.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

HOLOGRAMA



QUATRO FACHOS DE LUZ saem de cada canto da sala se concentrando em um único ponto. Um vulto indistinguível surge criando forma.

- Mas o que é isso, Elias? – e aponta em sua frente, a moça que aparece como se fosse um fantasma surgindo do nada.

- Oh, rapaz, como você pode me fazer uma pergunta dessas? É impossível não saber o que é?  
- Esta bem... Um holograma!

- Sim e não, não é apenas um holograma que estou lhe mostrando. Venha! 

Dizendo isso, caminha em direção ao meio da sala. Onde esta a mulher que acabara de se formar.

- Como vai, Lívia.

- Estou bem, doutor.

- Trouxe Rafael para conhecê-la. Ele é jornalista!

Lívia lançou um olhar em Rafael, que se aproximou bem perto para ver as falhas no holograma.

- Toque nela – disse Elias, aparentando ansiedade.

- Mas ela não é só um jogo de luzes. Minha mão atravessaria seu corpo?

- Garanto que não, vamos tente. Tive grandes avanços em meus estudos com a luz.

- Esta bem! 

Nervoso com a ideia de poder tocar naquele holograma, Rafael hesitou alguns segundos. Lívia lhe estende o braço e ele lhe segura a mão. Era tão real como se estivesse tocando alguém. Exceto por um fator: ela não tinha a textura e calor que se esperava vir da pele.

- Ainda tenho que me aprimorar muito mais, não é? – sorriu Elias.

- Concordo, mas já foi um grande passo, doutor.

- Sim, um grande passo! – disse Elias saindo da sala na companhia de Rafael.

As luzes se desligaram e Lívia desvaneceu no ar como se nunca tivesse existido.     
   

    
  

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

EU


UM RABISCO MEU, ALGUNS ELEMENTOS DE MEUS TEXTOS! 
EU SOU ASSIM, QUERO VIVER O QUE LEIO E SOU O QUE ESCREVO. 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

INFÂNCIA



SE COMEÇA EM UMA sala de aula com minúsculas cadeiras e mesas em miniatura, um quadro verde escuro, que suporta em cima de si vários cartazes de papel A4 com letras de A até Z em destaque. Ambiente com gosto de infância, cheiro de inocência esperada na maioria dos pequenos que estão sentados ali.

Nas janelas, muitas experiências quietas em copinhos descartáveis esperando a luz do sol. Alguma coisa está se desenvolve em um algodão com poucas gotas de água.

Muitos lápis de cores variadas, dezenas de desenhos feitos e pintados, aqui e ali um sol sorridente olhando de uma das mesas.

De repente um beija-flor aparece do nada e se move para todos os lados, chamando a atenção das crianças. Peito de um verde brilhante. Se consegui ouvir o movimento de suas assas que batem muitas vezes por segundo, se impondo sobre o som do ventilador que até alguns minutos não estava ligado.

O passarinho some de vista. Aonde foi...? Aonde foi...?

E jogado em um dos cantos da sala, com o peito atingido por uma das pás do ventilador. Algo morto ou melhor, prestes a morrer, pois o coração ainda bate.


A morte de um vermelho intenso, anuncia sua presença.  Em que as crianças não podem tocar, pois ainda não estão preparadas para essa verdade. 

PISQUE SEUS OLHOS


A VIDA PASSA EM um piscar de olhos, meu querido. Só agora eu vejo e entendo o porquê. As lembranças me abandonaram, e os momentos em que passei esperando em filas de banco e salas de espera dos consultórios  de dentistas, lendo aquelas intermináveis revistas, esses tempos já não existem mais em mim.

Exceto se conhecesse o amor de minha vida em alguma dessas salas de consultório dentário. Talvez sentado ao lado ou de frente a mim, e então meu querido, ela vai me dar aquele sorriso que pode me fazer perguntar internamente o que ela faz ali. Aí sim me lembraria de um dia de espera.

Minhas lembranças são um desses complicados quebra cabeças em que mais da metade das peças se perderam. E reunido em sua caixa, mostra um volume muito menor do que deveria.

Hoje estou vazio e cheio ao mesmo tempo. Surrado e marcado, mas isso não tem importância. O ontem, eu penso como se nunca aconteceu, mentira inventada em minha cabeça, forçada como realidade. A às vezes vivo me pegando na pergunta se realmente foi verdade.  

Agora pode ir, tenho que dormir!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

INSISTÊNCIA


PERGUNTE
TERMINE
COM ESSE MAL.

VAMOS LÁ
DIGA, QUERO ESCUTAR.
UM PONTO DE INTERROGAÇÃO!

NÃO,
 DESISTO
NÃO QUERO

UM PONTO FINAL JÁ BASTA
NÃO FALE NEM PENSE.
BASTA...

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

MOLDE





EM CADA GESTO,
PALAVRAS,
SORRISOS.

EM CADA DIA,
MOMENTOS,
INSTANTES, PRESSENTES, ÁGORAS.

TI FIZ SORRISO,
MESMO QUE NÃO EXISTAS.
TI FIZ MOMENTO,
AINDA QUE NÃO A TENHAS.



domingo, 6 de outubro de 2013

RISCO DE MORTE - CAPÍTULO V


MAIS UMA VÊS A noite veio, e o sono com ela. No simples fato de fechar os olhos, os abril descobrindo Joyce em sua frente.
- Oi! – Disse ele sorrindo, estava realmente feliz em poder voltar.
Ela o olhava séria, um pouco triste até.
- O que foi?
- Você vai ter que ir embora, meu pai não o quer aqui.
- Por quê?
- Sua presença aqui só pode trazer desgraça.
- Como posso trazer desgraça.
– Nós tínhamos muitos contadores de história eles viajavam por todo o reino - Comesa ela - Com um único objetivo o de distrair o povo. Eram adorados e cultivavam a magia em seus livros. – Apontou em direção  ao livro de Natanael. – Eles eram os únicos que tinham objetos iguais a este. Até que um príncipe invejoso quis ter um desses e tudo fez para obtelo, chegou a matar um velho contador e só assim obteve seu primeiro livro. Não se satisfez, sabia que magia antiga estava naquele livro. O leu muitas vezes, mas apena via uma história, e não descobriu nenhum sinal de magia. E foi conquistando mais livros à medida de o tempo passava. Chegou a recorrer à tortura para descobrir como usar a magia presa naquelas páginas. Hoje está com todos os livros que se tem noticia. Ou melhor, pensa que está e quando descobrir que não, vai procurá-lo a todo custo.
E os passos de Pedro se fizeram ouvir
- O garoto já está pronto?
- Sim pai!
E chegando ao quarto, dispensou Joyce.
- Tenho que conversar com você, garoto. – Disse se encostando na parede e ficando ali. – Não quero problemas e você pra mim é um problema.
- Sei, sua filha me contou – Natanael se tremia todo sem saber o que fazer.
- Melhor assim. Pensei um pouco e o melhor que você tem a fazer é atravessar a flores em direção a cidade do outro lado. – Natanael só podia escutar.
- Mas preste atenção, não deve passar a noite no meio das árvores. Tem que chegar a cidade antes que os portões se fechem. Se não você pode ser morto.
- Tudo bem
- Então se levante que tem de ir agora, sem nenhum minuto a perder.  

<<>>

Com a mochila nas costas e as explicações de Pedro, o pai de Joyce, Natanael foi em direção à floresta. Tinha que atravessa-la antes que o dia terminasse, não podia em hipótese alguma dormir nela.
O dia mal avia começado e, as luzes ainda despontavam do firmamento, a grama molhada pela serração. Natanael virou-se para trás e vil Joyce que lhe dava um ultimo adeus.
- Vamos em frente então, rumo à aventura. – Disse ele entusiasmado.
As árvores enormes, de troncos nodosos e cascas quebradiças, o esperavam, para todos os lados folhas cobriam o chão. Tinha que caminhar em frente e manter a direção que lhe fora mostrada.
Depois de um tempo resolveu pegar o livro e folhea-lo quem sabe não encontraria alguma resposta, ou algum jeito de controlar a magia que se escondia naquelas páginas. Passou a dividir a atenção entre o caminho e o livro até que parou em uma gravura.
Mostrava uma espada, feita com poucos traços em um contraste de claro e escuro no papel.
- Que espada, acredito que me seria bem útil ter uma. - Natanael pesou nisso durante muito tempo.
As horas passaram e metade do caminho ainda não avia sido percorrido.
Depois de muito tempo caminhando. Ah distancia vil enormes muros que abrasavam a cidade, seu ataque de euforia foi cortado por perceber que os portões estavam fechados. Teria que dormir do lado de fora, já era noite e os sons da floresta se tornaram sombrios.
Olhava para todos os lados e via olhos que o espreitavam, gravetos quebrando eram sinal de algum animal se aproximando.
- Que bobo sou, se algum mostro quiser me pegar não vou perceber. - Disse isso tentando se animar.
Acomodou-se perto de uma grande raiz e tentou dormir com a esperança de acordar novamente em seu quanto, mas o sono não vinha e as sensações da floresta se intensificaram.
Olhos ferozes o observam.
Acordou com um leve rosnado que vinha em sua direção, demorando a perceber o perigo que corria. Que estranho não tinha acordado em seu quarto novamente, mas na verdade nem avia começado a dormir. E agora o rosnado que vinha do escuro a sua frente era um mal pressagio.                 
Não acreditava no que via, ele existia e agora Natanael corria risco de morte. Um enorme cão negro estava prestes a se jogar sobre ele. - A melhor das opções que poderiam acontecer era se transformar em um deles, pois acreditava que era um lobisomem. E a pior, ser estraçalhado naquele estante em milhões de pedaços. - rosnava e dentes amarelos e pontiagudos apareciam a todo estante. Natanael não sabia o que fazer, estava petrificado suas pernas não funcionavam e alguma coisa lhe dizia, não adiantaria correr, que em dois passos que desse para trás seria pego no mesmo estante.
- O que fazer? - Pensava em uma velocidade inacreditável, revisando as ações de seus heróis. - Se amenos tivesse uma espada teria uma chance de me defender. - Pensou, fechou os olhos, acreditando que aquele era seu último momento de vida. pôs-se a imaginar o que faria com a espada se acaso a tivesse. fechando o punho esquerdo, pois era canhoto, e o sopesando sentindo o peso da espada imaginaria. de repente se espantou estava realmente segurando algo... e era uma espada. sem parar para imaginar de onde ela veio, esperou a investida do animal que foi rápida, também ele o foi decepando sua cabeça. o corpo inerte o derrubou, deixando sem sentidos.



sábado, 5 de outubro de 2013

Outros Tempos

- ISA -

 - LOGO MAIS VOU SABER o que poderá ter acontecer a ele, já partiu a um dia com sua minúscula mochila contendo poucos suprimentos e algumas mudas de roupa...

Isa registrava em seu gravador os dados de viagem, o que já tinha virado um costume. Seus relatos e os de seu companheiro eram o de mais importante que avia em toda a caminhada que fizeram ao longo do tempo e do espaço. Tudo o que aconteceu estava registrado em um minúsculo gravador portátil, preso a cintura de Isa.

- Nada de sinal, tentei muitas vezes e já desisti. Insisti muito para ir junto, mas ele  não quis. Disse apenas que seria mais necessária aqui. Enlouquecidamente quer ver o que há do outro lado.

- É um louco, no terceiro dia e ainda não voltou. As lendas que vimos sobre o que iríamos encontrar não nos davam respostas tranquilizadoras, só falavam em morte. O povo deste lugar não se atreve a aparecer nem onde estou acampada. Continuo esperando, procurando um sinal!

A cada hora que se passava, ficava cada vez mais nervosa, se maldizendo por não ter insistido mais, em ir com ele.

- Que droga! Onde você está nesse momento, vou me aprontar e procurá-lo.
***

- Subida íngreme! Estou perdendo facilmente o fôlego, porque me convenceu a fazer isso Guilherme? Se não fosse você, hoje eu estaria tranquila em minha casa na terra e não em um planeta completamente estranho, a procura de uma civilização perdida. Será que a era de exploração nunca vai acabar... Que louca sou, a humanidade ainda tem um universo infinito e graças a Deus comprovadamente habitado!

  - Ainda não ti encontrei, à noite esta alta, tenho que montar acampamento. Encontrei sinais da civilização que procuramos. Será que você encontrou os mesmos sinais? Espero!

- Acordei bem sedo hoje, estou preocupada, recebi um comunicado da Terra. Eles querem saber como estamos e se temos progresso, tive que mentir e afirmei que mandaria um relatório daqui a alguns dias.

Tentou estabelecer contato, mas não conseguia.

- Já estou no alto e vejo uma enorme construção, parece muito longe desse ponto de vista. Estou indo para lá!

Um imenso espaço se descortinava em sua volta.


- GUILHERME -

- JÁ SAI A ALGUNS dias e me localizo nas ruínas, Isa me preocupa, não tenho nenhum sinal de comunicação, ela deve estar desesperada. Nós dois estamos nesse planeta a um ano da terra. Registramos e catalogamos espécimes, e as histórias de uma civilização alienígena. Primeira raça comprovadamente alienígena que a humanidade encontrou a séculos.

Dizia ele eufórico e sabia que muitas perguntas sobre aquele povo ainda deviam ser respondidas.

- Eles me lembram os antigos índios da terra... Índios que não existem mais, foram todos incorporados à civilização.

Se perguntava se naquele imenso planeta existiriam outros povos. Aparentemente aquele que avia encontrado, vivia isolado a muito tempo.

- Com a descoberta das lendas que se referem a essas ruínas, Isa se assustou, ela é facilmente influenciável, leva tudo ao pé da letra.

E mostrava os enormes monumentos, focalizados sobre a lente de uma pequena maquina de vídeo.

- Tive que deixá-la no acampamento, tentou me convencer a levá-la comigo, mas não aceitei precisava mais dela ali. Nos comunicamos poucas vezes, depois o sinal caiu, alguma interferência magnética com certeza.

- Guando via as ruínas pela primeira vez, fique extasiado. Sou fascinado por história e estou abrindo um novo ramo dessa árvore que compõe todos os fatos históricos do planeta terra, talvez essa civilização que vejo através do passado tenha tido de alguma for um contato com nosso planeta.

Guardou a máquina em sua mochila, se aproximou de uma das paredes.   

- Enormes construções feitas com gigantescos blocos vermelhos. Consigo ver alguns desenhos incrustados nos blocos, vários estão bastante corroídos pelo tempo, mas é incrível ainda conseguir ver esses desenhos.

Sentiu a tentação de sentir a textura das inscrições na pedra. 

- Não consigo encontrar nenhum sinal de entrada, vou montar acampamento aqui mesmo.

- Ah, tenho que voltar e contar tudo a Isa, tenho que trazê-la comigo e também um daqueles alienígenas tão supersticiosos. Ele tem que me traduzir esses desenhos, se é que pode traduzi-los.   


- OUTROS TEMPOS -

FICAVA SENTADO PERTO DE sua casa, já era  bastante velho o que o fazia ser respeitado e procurado. No dia em que os dois humanos vieram, começou a esperar grandes coisas.

Um homem e uma mulher se diziam de outro planeta, apontavam as estrelas tentando mostrar um ponto luminoso em especial, Terra. Traziam muitas coisas, se dispuseram a mostrar a todos. Instrumentos sem sentido para ele.

- Nós queremos saber sobre vocês, sua história!

Dizia o homem tentando ser entendido. Ele com todo prazer contou tudo que pode. E muitos dias se passaram nessa troca de conhecimento.

Quando os dois quiseram em direção as ruínas, ele tentou impedi-los.

- Não podem entrar em um local sagrado.

Mas o homem insistia.

Tentou impedi-los colocando medo, sabia que o medo era a solução, inventou histórias falando sobre morte. Mas eles foram mesmo assim.  Não usou de força, sentia que os tempos eram outros, que seu mundo já não era o que era antes.


E quando o homem apareceu novamente em sua casa, soube o que precisava ser feito. Se curvou sentindo o peso do tempo sobre suas costas e atendeu a seu pedido. Afinal eram outros tempos.    

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Um Deus Qualquer


NA HORA DO NASCER do sol em que as cores criam vida, com as nuvens atingidas pelos raios laranja avermelhados, e o céu se ilumina, aquecendo e dando boas vindas a todos que saem de suas casas para o trabalho ou ao caminho de mais um dia de aula, naquela hora é que ele gostava de caminhar, invisível a todos, com passos cadenciados e olhar distraído.

Parecia distraído, mas nada passava cem que notasse. Nesses momentos do dia ele relembrava o começo de sua longa vida e via os erros que cometeu e as vitórias que conquistou.    

Fora um deus todo poderoso, tivera muitos filhos e muitos seguidores. Mas agora na era de um só deus e sem mais nenhum seguidor, só lhe restava viver enfraquecido pela eternidade a fora. Mas não reclamava disso, percebia agora que todos têm o seu tempo até mesmo os deuses.

Como sentia falta de seus filhos favoritos, os grandes heróis que tudo faziam para ter um único olhar do pai. Muito do mal que perseguia os homens foi derrotado desta forma. É claro, com uma ajudinha  dele, mas de um jeito que não desfavorecesse o heroísmo dos garotos.

Ah... Em sua época de juventude tinha a mulher que quisesse, sendo deusa ou mortal, tinha certa fraqueza pelas mortais. Os tempos que lutou com as forças da natureza para poder governar sobre todos. O instante em que criou o primeiro homem e, mais importante ainda a primeira mulher, nela colocou muitas qualidades. Os momentos em que teve que tomar grandes decisões, já se perdem pelo tempo.

Ainda se perguntava se a vida eterna era um privilégio ou uma maldição, e ria internamente pela ironia de tudo aquilo.

E agora apenas caminhava por ali, naquela rua de paralelepípedos e nada mais.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

FIGURAS DE LINGUAGEM


ENQUANTO ISSO EM UMA aula de português, em que as figuras de linguagem são descritas e destrinchadas.

PLEONASMO,  HIPÉRBATO, METÁFORA. Essas palavras voam cheias e arredondadas pelo ar. E caem no chão se contorcendo!

- Quem gosta de ser irônico aqui? – Ninguém responde. – Ironia é quando dizemos uma coisa deixando a intenção de dizer o contrario. Ser irônico é uma arte, poucos conseguem dominar totalmente a ironia, mas todos nós temos um momento irônico.  

Por que esse silencio de todos que esperam a próxima explicação?

Hipérbole é um grande exagero, como se disséssemos que o céu está caindo sobre nossas cabeças só por estar chovendo bastante.  

E talvez imaginamos outras situações de exagero e nos identificamos com algumas.

- Personificação ou prosopopeia da sentimentos a um animal ou ser inanimado. Faz com que cometa atos esperados somente de um ser humano. Na personificação um cachorro poderia falar ou um liquidificador pensar e ter sentimentos.    

E nisso, uma lufada de vento vem  pela porta aberta da sala e espalha varias folhas pelo chão.

- Precisava que bagunçassem meus papeis, não é!

- Nem que se fosse o vento, professor.

- Pois é tá aí uma personificação. Você não sabe quantas o vento apronta pelo mundo. 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

PEQUENAS REFLEXÕES



E O DESENHO CRIA forma na mão do autor, como em uma eterna disputa com deus. Ele o autor, procura reproduzir os traços de deus e de alguma forma mostrar um lado de sua beleza. 

Meus desenhos são únicos, coisa que não atribui grandes qualidades a eles. Qualquer desenho é único sobre um ponto de vista. Gosto de alguns rostos que fiz, graças às modelos é claro, são lindas! Qualidades artísticas devem ter, são feitos com um simples lápis de escrever uma borracha de colégio, mais um pouco de força de vontade. Aos olhos do pai é a mais bela arte que existe. Ou quase isso.

Muitos eu perdi, por da-los de presente, mas quem sabe eles ainda estão por aí em algum lugar qualquer.