sábado, 28 de setembro de 2013

UM SONHO INSISTENTE - CAPÍTULO I

O QUE DIZER DE um sonho inesperado, um sonho bom?
Um lufar de vento no rosto, cheiro de grama, canto de pássaros, sombra e luz... Ele acorda e de alguma forma percebe que está sonhando. Ainda não abriu os olhos, mas aquelas sensações não eram a de seu quarto. Agora mesmo estava deitado em sua cama debaixo dos cobertores, acabara de ler um livro e ido dormir.
Toma coragem e só então se atreve a abrir os olhos e, vê um céu de azul escura. Já de pé, espantado, sem saber onde está e como avia parado ali todo vestido, com seu tênis e causa, uma camisa azul desabotoada sobre outra preta.
Para todos os lados que se virava só via árvores, inclusive estava perto de uma gigantesca, que sustentava em seus galhos centenas de cipós e plantas sugadoras de sua seiva.
- Que estranho, parece tão real. – Diz acreditando que tudo fosse um sonho.
- Como assim garoto? Tudo aqui é bem real.
Levando um susto imenso percebe uma menina sorridente que o encara bastante curiosa. Menina de seus 15 a 17 anos, cabelos longos, cacheados e acobreados, usava um vestido que descia aos joelhos.
- Eu estou sonhando, não?
- Não seja bobo você está bem acordado, não vê? – Diz ela rindo daquela inacreditável pergunta. - Ou pensa que eu não existo!
- Sim, mas...
- não nada de mas, venha comigo já esta começando a anoitecer e você não vai gostar de ficar aqui. – Ela lhe entrega um livro, de uma forma bastante cuidadosa. Como se tivesse medo de que ele caísse no chão e se estragasse. – isso é seu, não é? Você sabe que não pode mostra-lo a ninguém? – depois de dizer isso se afasta.
Ele curioso vira o livro de um lado para o outro e reconhece na capa o que avia acabado de ler em seu quarto. Notando que ela já ia longe a seguiu.
- Ei me espera, aonde vamos?
- Para o vilarejo é claro.
- Como você se chama garota?
- Garota? – Ela se vira irritada. – Eu não sou uma criança, sou uma moça. Entendeu! E meu nome é Joyce. Como você se chama garoto? – pergunta ela ironicamente!
- Me desculpe Joyce, mas eu não sabia seu nome e queria chamar sua atenção. Meu nome é Natanael.
- Sim Natanael, vamos. - Disse ela começando a correr.
Um vilarejo apareceu por entre as árvores, com umas cinquenta casas espalhadas em torno de um rio largo. Natanael correu muito, chegando sem fôlego na entrada do vilarejo.
- Onde estamos Joyce?
No vilarejo de <<sório>> meu pai é o chefe tenho que levar você a ele, hoje você dorme lá em casa. Amanha vamos saber de onde você veio.
As casas eram feitas exclusivamente de madeira, as portas e janelas, inclusive o telhado. A que Joyce morava era uma das primeiras.
Natanael ia pensativo, mil justificativas brotavam em sua mente sobre como avia parado naquele lugar. Garoto que lia muito imaginava que de alguma forma fora transportado para dentro de uma história fantástica, mas não se lembrava de ter lido nada em relação a uma menina como Joyce ou ao vilarejo aonde ela vivia.
Em uma das primeiras casas, apareceu um homem forte e com as feições marcadas de cicatrizes, vestia roupas pesadas, mistura de lã e couro. Franziu o rosto ao ver Joyce acompanhada por Natanael que se sentiu intimidado ao ver aquele homem com cara de poucos amigos olhado serio em sua direção.
- Pai... Encontrei um menino na floresta. Ele precisa de abrigo e tem uma coisa muito rara com ele, um livro!
O homem se assustou percebendo as dificuldades que vinham com aquele garoto. Um possuidor de livros nunca poderia trazer coisas boas, para ninguém!
- De onde você veio menino, e como conseguiu um livro?      

Natanael não acreditava no que tinha escutado, realmente estava dentro de uma história, e como em todas as histórias muitas aventuras estavam por vir. Aquilo o deixava ansioso. Ainda não tinha largado de lado a hipótese de tudo ser um sonho, mas se fosse seria o sonho mais real que já teve.

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