sábado, 21 de setembro de 2013

EPITÁFIO


QUANDO EU MORRER, DAQUI a cem anos que Deus queira ou noventa, oitenta anos. Quero  que escrevam em meu tumulo esta única frase: “Nunca deixou de tentar”. E que três pontos sejam colocados no final desta frase. Para que aquele que ler possa acrescentar com seu pensamento: “Nunca deixou de tentar...”  Procurar a felicidade... O amor... Alguém... E que os de coração amargo também acrescentem ao seu bel prazer: “nunca deixou de tentar...” E não conseguiu.

Que antes, minha vida seja repleta de histórias. Mas não aquela de novelas ou tantas outras histórias vulgares. Sim, espero que seja uma vida diferente, quero que tenha uma linda história de amor e um pouco de decepções, se não ficaria sem graça, mas não tantas. Pois meu coração não poderia aquentar. Quero descobrir segredos, quero ter surpresas, ler mais livros e quem sabe escrever um ou dois ou quantos eu puder.

Filhos, se eu tiver. Terão nomes diferentes, pelo menos para mim. Minha filha poderia chamar-se Agatha e meu filho Julho ou Arthur.

Que eu seja um professor porque entre todos os professores que tive, muitos me marcaram. E os únicos que não fizeram a diferença, são poucos. Entrarei em uma sala de aula e irei saber o que vim fazer aqui.

Que eu saiba, em meu ultimo dia de aula. Tenha a certeza de a saudade me pegar e que não tenha piedade até que a remedeie de alguma forma.  

E que depois de minha morte, deixe alguma marca. Nem que se for à lembrança boa de minha presença ou algum momento inspirado, em que disse algo que animou alguém.

Espero que nos dias que antecedam minha morte, tenha a noticia de um neto que está por vir. E que nessa noticia eu de um sorriso apenas.


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