NÃO
SOU LOUCO, DE forma alguma. Apenas uma pessoa medíocre, de vida medíocre,
trabalhando em um emprego medíocre, mas como todos que vivem por aqui nesse
planeta ou para ser mais preciso nesta minha cidade: temos um momento de
originalidade.
Sou original
por ter segredos que me atormentam... Minha nossa, muitos também os tem! E
talvez melhores do que os meus.
Vivo só, não
quero definitivamente alguém em meus calcanhares. Já me basta minha infância em
que vivi vigiado, 24 horas por dia. Tenho uma irmã a que visito uma vez ao ano,
um laço familiar que não consegui cortar. Já não tenho mais todos os outros laços.
Nas noites
mais escuras, em meu apartamento, na leitura de livros que me absorvem de tal forma.
Escuto sons que vem de meu guarda-roupa, a primeira vista não dou muita atenção,
mas eles continuam e me levanto para abrir suas portas. Nada vejo de importante, neste mero abrir e
fechar de portas as acusações do que fiz me batem no rosto.
Eu a matei, de
desgosto e fisicamente. A amava de tal forma que o ciúme me consumiu. E as
acusações que me fazia de que eu era louco... Não, não sou louco!
Sou apena alguém
que teve um momento inacreditável e, duvida realmente se tudo aconteceu. Claro,
minhas lembranças são a principal prova, mas me parece irreal. Como o primeiro
beijo que eu lhe dei. E agora sou um observador parcial que a tudo vê e no final
me dou pena de morte. Me colocando o rotulo de monstro.
Sei que um dia
vou ser pego, seu desaparecimento já foi notado, faz um mês que todo aconteceu.
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