NOITE, NATANAEL
SENTADO EM um banco, de frente ao fogo que crepitava no silencio da casa. Comia uma sopa
praticamente intragável, mas a fome obrigava! Todos os ocupantes olhavam
curiosos em sua direção, o pai de Joyce sentado ereto em sua cadeira a sua
mulher em pé aparentemente nervosa e a própria Joyce encostada em uma das
paredes.
- Come isso logo garoto –
disse Pedro irritado, que era o pai de Joyce.
- Tudo bem, já terminei.
- Bom... Agora podemos
conversar. De onde você veio e como conseguiu um livro? – Sua voz era áspera.
- É muito difícil
explicar, mas eu estava dormindo em minha casa e acordei na floresta.
- Magia! – Murmurou
Isabel, mãe de Joyce.
- Como assim, eu apareci
naquela floresta por causa de magia?
- Isso é se você estiver
falando a verdade, mas ainda não medisse onde encontrou esse livro.
- Eu encontrei em um
banco verde. Mas não entendo, onde eu moro temos dezenas de livros!
Pedro nada mais falou e
se retiro ordenando que Joyce preparasse
o lugar para Natanael dormir.
Deitado em um chão duro,
sentido o cheiro forte do cobertor, não sabia como sair daquela enrascada e
sentia falta de seus pais e seus livros.
***
Se eu disse-se que as
coisas são imprevisíveis, de certa forma são sim, isso que faz o mundo ter
graça. A única coisa que se sabe e de que qualquer ação gera uma reação. Você
se corta, sangra, senti dor...
E a consequência de
dormir é acordar e, Natanael acordou, demorou bastante para se localizar, o cheiro ruim do cobertor
já não existia, nem o chão duro aonde dormiu, estava em seu quarto, acreditou
definitivamente que tudo foi um sonho.
- Pai. – Gritou
entusiasmado, Já se preparando para sair da cama. Encontrou o pai no meio do
caminho. – Tive um sonho incrível.
- Que bom filho! Como foi
o sonho?
- Sonhei que tinha
acordado em um mundo que os livros eram raros e eu estava com um na mão.
- Que legal você tinha
que escrever isso.
Sim ele ia escrever o que
tinha sonhado, já estava com essa ideia na cabeça deste que tinha chamado o
pai.
E aquela menina Joyce...
Iria gostar de falar sobre ela. Pareceu tão real!
Passou o dia todo
pensando naquele mundo dos sonhos, como foi sonhar com aquilo? Essas perguntas
fizeram nascer à vontade de voltar para viver naquele mundo. No colégio foram
horas intermináveis, quase insuportáveis não conseguia fixar a atenção, se
tornando um alivio o bater do sinal de saída.
Chegando em casa, se
lembrou do livro, até então avia apenas focado em um único pondo, o mundo que
era um sonho! Já com o livro em sua mão, pensou em rele-lo. Quem sabe sonharia
de novo, afinal a história ainda não avia terminado.
Mas não o achou, e depois
de procura-lo em toda a parte, desistiu. Ao invés disso, pegou lápis e papel e
tentou contar o que avia passado.