quarta-feira, 28 de agosto de 2013

TEMPO PASSADO


CAMINHO PELAS BORDAS DO passado tentando ver a antiga realidade das coisas. Realmente na foto é guardado algo mais do que uma imagem, talvez fosse o momento congelado no tempo. E a memória tenta recompor o que falta ou a imaginação construir o lugar onde você não estava presente, num tempo em que nem era nascido.

Uma pedra na causada que daqui a pouco já não esta mais ali, lançada longe por uma pessoa qualquer, uma folha caída lá do alto de um galho vem descendo carregada pelo vento, a sensação de isso já ter aconteceu e de que vai se repetir.

Como se fosse um filme antigo; Tudo é desbotado, sem cores. Ali está uma casa que já não existe mais. Talvez algum ancestral meu more ali! Mas não posso entrar, minha liberdade é restrita nesse local, estou preso ao lado de fora.

Onde estão às árvores que a todo dia vejo e as pedras do calçamento?

O rio ao lado, mais limpo, penso. A praça me é estranha, tantas palmeiras e algumas árvores que já não existem mais. Se não reconhecesse os sinais que resistiram ao tempo, diria estar em outro lugar qualquer.

Os morros não têm casas, o povoado concentrasse mais perto do rio, ainda tímido em se expandir, está totalmente do lado de cá.

Ando por aquelas ruas, como se fosse um fantasma. As pessoas que passam não me notam. Não consigo ver os detalhes de seus rostos, como se a miopia os embaça-se, nada do que existia pode ser revivido 100%, porem o que vejo me impressiona. Deixando o falso sentimento de que no passado a vida era melhor.

E de repente tudo se desfaz, desbota ainda mais, desaparece de vista. E o que fica apenas é um papel com poucas palavras escritas a caneta e uma foto que ainda sobrevive.  


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