sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Angustia


Nas horas mais escuras da noite
Onde se espera o descanso prometido, ele não vem.
E a avalanche de pensamentos enterra nossa mente.

As esperanças são postas de lado
Julgadas e consideradas lixo,
Apenas para no dia seguinte serem recuperadas e novamente postas no canto.

Nas horas mais escuras da noite
Em que se espera o silencio, ele não vem.
E os ganidos e arranhões na madeira da porta

São amplificados pelo nada que te espera lá fora. 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

SEU MUNDO - CAPITULO I

PARTE II
I

NÍCOLAS ERA O TIPO de pessoa em que não se espera ajuda de nenhum tipo, não que fosse mal, apenas fora criado assim e todos sabiam disso. Com 16 anos de idade já era um soldado completo. Filho de um dos conselheiros do rei, e pretendente a se casar com Carolina a princesa.
Lutando com seu amigo Marcos, que lhe acompanhava nos treinamentos, Nícolas mostrava sua habilidade. Manuseando espadas de madeira, os dois apresentavam hematomas nos braços e nas costelas. Indo de um lado para o outro em um campo perto do castelo de Davi, eram vigiados pelo olhar experiente de seu mestre.
O suor escoria pelo corpo dos dois rapazes, mostrando sua musculatura rígida e bem formada. Realmente era calor naquela época, mas não se importavam.   
- Levante a guarda Marcos, não permita que ele atinja seu ombro! Vamos, é só mais um pouco – Marcos conseguiu desviar o golpe de Nícolas, mas logo depois era derrubado caindo de bunda no chão. Sendo recebido por uma gargalhada do mestre – Já acabou, é o bastante por hoje Nícolas.
- Vamos levante-se. – Diz Nícolas jogando a espada para longe e estendendo a mão para Marcos.
- Quero revanche meu caro, não ti venci por pouco. E Nícolas assentiu.
- Quem sabe na próxima. Por enquanto eu sou o melhor!
Eles se afastam em direção ao castelo, o dia ainda não tinha acabado e era apenas momento descanso.

Tratavam aqueles momentos de luta como brincadeira e uma boa forma de não se manter parados. Apesar de a muito tempo o reino não ter entrado em confronto com as dezenas de outros reinos que se espalhavam por aquela terra, tinham que se manter em movimento e o rei incentivava isso.  

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Para Ser Sincero, ou Não!


OS MEDOS EXISTEM AOS milhares, ou talvez uma dúzia, no meu caso tão medroso que sou. E o principal, que se agarra tão forte em mim, e em todos os outros medos tem uma parte. É o de não conseguir conquistar um diploma nessa tal de “Escola da Vida”, que alguns antigos insistem em me falar. 

Medo, medo, medo... Talvez não seja o de errar nesse texto, pois ele poderá ser revisto. Mas quem sabe o de ser mal entendido. Uma palavra que ofende muitas vezes é a impensada. Também pode ser aquela que sai flutuando de minha boca ou é destacada de uma folha de papel, em que escrevo, sendo transportada por outras pessoas.

O tremor nas mãos que algumas vezes é irradiado pelos braços até o corpo. Tão facilmente perceptível em situações totalmente incompreensíveis é ele. Algum maldito temor qualquer.   

Seja aniquilada, expectativa de tropeçar em uma rachadora ou talvez a pedra no meio do caminho, a minha não a de Drummond! Porque ele já aprendeu com ela e a carrega com sigo, guardada nas paginas de seus livros, cheias de perguntas de uma vida passada.

Tudo depende de mim, o mim totalmente absoluto de que não tenho escapatória e que sismo em odiar. Esses pensamentos tanto me parecem alto ajuda, de que não gosto!

Vamos, vamos, vamos dormindo meu caro Guilherme, pois já é Hora. Deixe essas poucas palavras pra depois. O que foi dito não merece ser repetido, não agora!  


domingo, 15 de dezembro de 2013

A VIDA


AS LUZES SE ASCENDEM, chamando todas as atenções, o burburinho se aquieta. Palco iluminado, um ator em sena, único e solitário rapaz:

“Vou falar de coisas distantes, alcançáveis apenas pelas mãos do pensamento. Falarei sobre sentimentos disfarçados pela leve capa da falsidade, desejos indiscretos, olhares mal interpretados ou nem tanto. Sobre a dificuldade de se dizer uma única palavra e em alguns momentos, se tornar impossível organizar o pensamento. Disso e muito mais falarei!”

Apresentações feitas, uma cortina se abre e o rapaz sai de sena mostrando um casal, cada um em seus afazeres da vida. Um homem e uma mulher que sabem que o outro existe, mas não dão nenhuma importância na imagem de seu contrario. Ele lê, ela escuta musica.

Fora o fato de que a vida dos dois seguia por linhas completamente diferentes, eles não devem se envolver de nenhuma forma. Apenas por um olhar dela de vez em quanto e um leve cochichar: “que garoto estranho!”

Ele tinha grandes cenas de batalhas entre seus heróis, rolando em sua mente. Homens valorosos que lutavam por algo que valia apena, não apenas viver, por um bem maior. Naquelas fantasias se expressava bem. Derrotava monstros, conquistando a vitória facilmente. Em sua realidade as dificuldades falavam mais auto. 

A menina também gostava de ler, mas presa a terra ou nem tanto estava à espera de um príncipe encantado e, assim se foi passando o tempo.

Encontraram-se na faculdade, os dois com o sonho de serem professores. Descobrindo mais coisas em comum do que se imaginariam ter.

Ela era possessiva aos extremos!

Ele a amava tanto, sentia uma necessidade enorme de conservá-la junto a si.

Os dois começaram um belo namoro, com todas as formalidades de se apresentar as famílias de cada um, construindo laços. E tão inesperadamente o primeiro e único filho veio os unindo ainda mais.

Já moravam juntos e continuariam assim até que a morte os separasse.

A cortina se fecha e novamente a ator solitário entra em sena.

“Não esperemos que esse seja um final feliz, meus caros amigos. Talvez nem tenha começado ainda, pode ser apenas um desejo, a ânsia de se realizar um destino ainda muito distante.”  
   


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

UNIVERSO


É INTERESSANTE IMAGINAR O universo comprimido em toda sua matéria, num único ponto. Com a grande explosão espalhando tudo em todas as direções. Até que chega um momento que a matéria volta a se comprimir criando uma nova grande explosão, sempre se repetindo. Mesmo como um coração que se contrai e expande eternamente, o tempo de cada batida durando muitos bilhões de anos. 

Que sensação estranha, sinto uma angustia enorme em pensar no vazio. Sempre o definindo como um negror intenso e sem limites. Talvez seja o mesmo tipo de medo em que a pessoa sonha que esta caindo eternamente.

Imagine o universo como um circulo em sua mente, ele é um circulo perfeito. Agora faça ele crescer, chegara um momento em que você não verá mais suas bordas. Esse é o universo infinito, ele sempre vai se expandir mesmo que você tende ir em direção a seus limites, não vera seu final. 

Meu caro amigo talvez eu peque em minhas explicações, mas vala apena ser dito. Temos azas na imaginação que muitas vezes diria serem azas com penas pregadas por cera. Como Ícaro ela pode voar muito alto e acabar caindo no mar.

Quantos mundos podem existir com vida inteligente? Quantas civilizações já não foram mortas pelo passar do tempo? Perguntas que só a ficção pode responder para alimentar nossa mente.

Quem sabe num futuro distante novas histórias sejam escritas, se tornando realidade o que hoje não é. Afinal esse céu estrelado é infinito e cheio de oportunidades.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Sarau - "Poemus" - Rio Preto (MG) Parapeúna, Valença (RJ)

No dia 05 de dezembro de 2013, recitei estes dois textos no Sarau “Poemus”




Quando você acreditar em mim, vou me jogar aos seus pés. Vou rezar um desses crucifixos inteiros, bolinha por bolinha, machucando os dedos. Vou pedir perdão pelo que não fiz. Vou prometer o que não devo. Vou declarar imposto de renda. Cozinhar, lavar, passar, chupar e lhe engolir. Tirar o pó de cima desse espelho onde caímos de cabeça. Quando você acreditar em mim, vai ser uma loucura. Vou cortar os pulsos, sair correndo, pular do prédio. Na alegria e na tristeza. Na dor de cotovelo e na doença venérea. Você vai acreditar em mim como nunca acreditou em outra coisa inexistente. Então eu vou ser seu deus, vou abrir a porta do meu reino dos céus e pedir umas provas de amor de vez em quando, só pra encher o saco. 



O torturador
difere dos outros
por uma patologia singular
— ser imprevisível
vai da infantilidade total
à frieza absoluta.

Como vivem recebendo
elogios e medalhas
como vivem subindo de posto,
pouco se importam pelos outros.
Obter confissões é uma arte
o que vale são os altos propósitos
o fim se justifica,
mesmo pelos meios mais impróprios.

Além de tudo o torturador,
agente impessoal que cumpre ordens superiores
no cumprimento de suas funções inferiores,
não está impedido de ser um pai extremoso
de ter certos rasgos
e em alguns momentos ser até generoso.

Além disso acredita que é macho, nacionalista,
que a tortura e a violência
são recursos necessários
para a preservação de certos valores
e se no fundo ele é um mercenário
sabe disfarçar bem isso
quando ladra.

Não se suja de sangue
não macera nem marca,
(a não ser em casos excepcionais)
o corpo de suas vítimas,
trabalha em ambientes assépticos
com distanciamento crítico
— não é um açougueiro, é um técnico — 
sendo fácil racionalizar
que apenas põe a serviço da pátria
da civilização e da família
uma sofisticada tecnologia da dor
que teria de qualquer maneira
de ser utilizada contra alguém
para o bem de todos.



In: ALVERGA, Alex Polari de. Inventário de cicatrizes. Apres. Carlos Henrique de Escobar. 3.ed. São Paulo: Teatro Ruth Escobar; Rio de Janeiro: Comitê Brasileiro pela Anistia, s.d





quinta-feira, 28 de novembro de 2013

TUDO NOSSO



ELE SABE QUE ALGUMA coisa sempre vai faltar, na questão do aprendizado e percepção do mundo. Tem a noção que sempre quando olhar o céu a noite uma estrela vai se mostrar mais forte, uma que não estava ali antes.

“Controle do sistema recalibrado. Monitoramento espacial em funcionamento, um trilhão de corpos celestes contabilizados e o dobro disso em asteroides e destroços espaciais.”

Mas o espaço é infinito, cada vez mais informação...

“Devaneios, Ezequiel, não vão adiantar. Para que olhar o vazio se os computadores já vazem isso para nós, se algo de diferente for descoberto vamos saber!”

“Estou ciente disso. Apenas olho para o passado, tudo isso vale apena, cada ponto nesse fundo negro é um sinal do que já foi.”

“De que nos serve o passado, vale mais o que está por vir.” E olhou curioso para o teto negro da espaçonave.


“Talvez tenha razão... mas é nosso legado, todos nós somos donos desse vazio.” E estendeu os braços tentando abraçar o mundo. 

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

TENTANDO LEMBRAR


SENTADO NA FRENTE DO computador, remexendo em suas pastas, ele percebeu aquela foto solitária em uma pasta que não deveria estar no lugar em que eram guardados arquivos de texto. Se orgulhava de que sabia onde  tinha colocado qualquer arquivo, Mas aquele não deveria estar lá.

Em um pequeno quadradinho na tela, podia ver uma menina, com dois clicks ampliou o visor. Não conseguia se lembrar daquele rosto sorridente, talvez tenha bloqueado algum fato de suas lembranças, afinal já era velho e muitas pessoas da infância já desapareceram de sua vida. Tentava marcar um nome naquele sorriso, naqueles olhos e nos óculos, mas... Como saber.

Nomes são meros rótulos. Talvez uma letra, a primeira, ajudaria a lembrar.

Porque não tinha escrito uma informação sequer naquele arquivo?

Ninguém tinha mexido no computador!

Com certeza ela era um amor de há muito tempo.


Colocando-a no lugar devido e ainda sem saber quem era, a deixou quieta por um tempo. Quem sabe viria do nada alguma lembrança boa relacionada aquele rosto e o nome depois, seria uma consequência.                   

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O Decreto do Rei



“É imposto por lei, neste reino a partir deste dia em diante. Que cada cidadão devera manter aquilo que está dito como ‘boa aparência’ aquele que for pego infrigindo as normas ditadas neste decreto, receberá pena de morte, após exposição publica.”


E as mortes foram acontecendo. O Rei destacou uma junta de poucas pessoas para julgar e condenar os que andavam de forma estranha ou se vestiam e falavam estranhamente. Na verdade essa lei imposta pelo Rei era uma desculpa para derrotar seus inimigos, pois desconfiava do inicio de uma possível revolta.

De um reino muito afastado e a muito tempo sem contato com outra civilização. A ignorância e desinformação imperavam. Fome era uma sensação conhecida até pela pequena parcela mais rica do reino. E não é de deixar de entender os motivos do Rei, prepotente que acumulava as poucas riquezas e ainda não fora deposto pelo medo que gerava na população.   
  
Vestido de maneira espalhafatosa com varias camadas de roupa recobrindo seu corpo malcheiroso. Era a pessoa mais estranha do reino, o próprio Rei, desprovido de beleza e com voz esganiçada, se dizia o mais belo e qualificado homem, comparado com todos os seus súditos. O que fazia mais contraditória sua lei, deveria ser o primeiro a ir em direção da morte.

Foi o que um menestrel percebeu, espalhando suas cantigas para tentar colocar na mente de todos o que é fato, o Rei deve ser morto por sua própria lei. Espalhando-se de boca á boca os versos esclarecedores criaram vida, alimentando o instinto de revolução mesmo depois da morte do pobre menestrel.

Tentativas de controlar o que era dito não surtiram efeito, mesmo com os enforcamentos e decapitações crescendo em cada dia. Só se reavivavam o grito de protesto ainda mais: “O REI DEVE SER MORTO POR SUA PRÓPRIA LEI!”

O povo foi as ruas e a reação do governo se enfraqueceu em frente da força maior, com o grito de protesto repetido em cada instante. As portas do castelo derrubadas pela avalanche de pessoas e o governante, encurralado na torre mais alta. Arrastado em direção a multidão, foi morto ali mesmo em frente às portas do castelo. Aliviando todos com o velho ditado: “Rei morto rei posto.”  

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

CONSCIÊNCIA


HÁ MOMENTOS EM QUE as coisas não se movem, em que se você pudesse ver, as gotas de chuva iriam parar em sua frente e os milhões de gotas refletiriam seu rosto. Momentos em que o ar se torna pesado e a lentidão dos movimentos ti atormentam.

Há momentos em que as coisas resolvem se agitar como um filme em alta rotação, sua cabeça gira em volta de si.

As árvores se movimentam querendo ti contar o que não é dito. Os ventos uivam na loucura de abafar os sons em seu peito e as folhas secas se espalham pelo chão.

Alguns momentos realmente não fazem sentido, sonhar acordado ou acordado sonhando, viver na ilusão ou não viver na ilusão. Você não tem escolha ou é ou não é. E eles vão e vem sem se importar, afinal é sua consciência!


O mundo se transforma sendo carregado nas patas de um cavalo e funciona! Os dias se acumulam feito contas pra pagar e não estou nem aí e as horas feito os dias, me mostram que existe algo para ser feito e não faço.  

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

SONHO: CAMPO DE BATALHA



ENTÃO, SONHOU QUE TINHA culpa o corroendo dolorosamente, apertando e comprimindo seus pensamentos. 

Sua vista alcançava todo o campo de terra, coberto por lama, sangue e corpos dos soldados que a poucas horas lutavam bravamente.

Um escurecer de fim de tarde o cobria e comprimia ainda mais sua consciência. Fora causador da morte de todos á sua volta companheiros, inimigos.

Era o único que sobrara! Cansado, com vários cortes pelo corpo, elmo amassado, ainda carregando sua espada que parecia pesar uma tonelada.

E o sonho parava aí e se repetia. Via-os morrendo, sentia o arder de um corte em seu rosto, o latejar de seus músculos. Até que acorda e mal diz o livro que estava lendo.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

NÓS DOIS


NÓS DOIS
SOMOS UM,
DE DOIS
DOIS DE UM.

NO PRIMEIRO
VIMOS TUDO.
NO ULTIMO
 JÁ NÃO NOS IMPORTAMOS.

SE MELHOR FOI
NÃO CONSIGO DESCOBRIR
O SEU MUNDO ME MOSTROU
O MEU MUNDO JÁ SABIAS.

FOI O MEL
FOI A LAGRIMA
FOI O DIA
FOI À NOITE

NOSSO LAÇO,
NÓS DOIS,
MUITO FORTE
MUITO PERTO.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

DESPERTAR


ACORDOU TRANQUILAMENTE, MAS COM uma imensa fome. A comida não lhe satisfazia a bebida descia rasgando sua garganta. Pensava que nada iria ser mais como era entes e acertava. Quando levantou de sua cama e seus pés tocaram o chão, uma friagem imensa percorreu todo seu corpo, a vida já não estava lá, mas sentia como se nunca tivesse tido sensações, porque seus sentidos estavam renovados.

Sua dama de companhia ao vê-la se assustou com sua aparência e pele de uma brancura mortal. Mas como a princesa falasse tranquilamente, pensou que fosse um simples mal estar. E o dia das duas foi se prolongando nas conversas que surgem naturalmente.

Ela escutava as pulsações de Mabel, conseguia imaginar o sangue correndo nas dezenas de veias que se entrecruzavam e a velocidade constante da circulação. Aquilo a atraia!

- Mabel eu acho que estou muito mal, hoje acordei indisposta.    

- Posso preparar um banho senhora!

O corpo de Elaine, pois esse era o nome da princesa, sem suas camadas de roupas assustou ainda mais Mabel. O habitual rubor da pele já não existia mais e longos cabelos loiros cobriam costas de uma cor marmórea.  

Mabel era poucos anos mais velha do que Elaine e as duas eram grandes amigas, até quando uma relação senhor e vassalo o permitia. Ajudou sua senhora a se vestir e se pois a pentear seus dourados cabelos.

A fome aumentava e as pulsações sanguíneas de Mabel, acendiam um instinto que lhe mostrava o que fazer. Elaine se controlava, deixando que o pente de cabo de prata separasse seus cabelos.

Dum momento para o outro, o pente parou de fazer seu vai e vem e caiu no chão. Mabel sei colocou ao lado da cadeira onde a princesa se sentava e sem nada dizer se ajoelhou deixando cair sua cabeça para o lado.


- Desculpe. - Disse Elaine e com um grande alivio se saciou ao beber as primeiras gotas de sangue.    

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VAMPIRO

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

VAMPIRO


EM UM DOS MAIS altos andares do castelo, num enorme quarto onde a primeira vista se via apenas uma cama de espaldar alto. As paredes cobertas por pesadas tapeçarias com complicadas formas geométricas, onde predominava o vermelho. Uma janela se abria para o vazio onde se via apenas o azul do céu, teria que se elevar e curva sobre a janela, para ver a paisagem muitos metros a baixo.

Esse era o único castelo do reino e, por ser o único era imenso e formidável. Fruto do esforço de muitos reis que as décadas trouxeram. Até o exato momento em que se passa a história ele ainda crescia e era renovado, não se sabendo quando seria o termino de sua construção.

Uma atmosfera sombria cobria todo o ambiente, com seus tons de claro e escuro. A população temia o que o próximo dia ofereceria a todos. Uma praga se espalhava pelo reino e todos se olhavam com desconfiança.

O habitante do quarto em questão era uma linda moça de seus quinze a dezesseis anos de idade. Não diria que fosse delicada ou mimada, apesar de ter bastante atenção dos que a cercavam, afinal de contas era uma princesa. Filha de um rei prospero que no momento se esforçava para livrar seu reino dos que se chamavam vampiros.      

Aparentemente eram seres sobrenaturais que se alimentavam do sangue de seres humanos e, os que eram mordidos se tornavam um deles. As coisas saíram do controle  e a derrota batia na porta, em forma de morte evidente. O rei e seus cavaleiros, os que ainda restavam, se trancaram em um local do castelo para planejar o desfecho e ultima tentativa de controlar a situação.  Aparentemente nenhum vampiro conseguira se aproximar do castelo.

 A princesa tinha consciência de tudo que acontecia em sua volta. O medo e desesperança percorriam sua mente. E passava muitas horas trancada em seu quarto. Apesar dos protestos de um cavalheiro de armadura dourada que era seu pretendente.

Certa noite, a escuridão total já tinha se espalhado pelos vários corredores abandonados do castelo. E uma figura subia facilmente suas paredes de pedra lisa, a luz do luar não lhe denunciava a presença. Pretendia entrar no quarto da princesa. No  momento em que chegou ao patamar da janela, ela se abril como se não tivesse sido fechada e ele entrou.

Sua presença no quarto não moveu nenhuma atenção da mulher que dormia sobre os cobertores. Ele se aproximou da cama e olhou fixamente para sua vitima. Sabia que ela não acordaria nem se a chamasse pelo nome. Então se curvou, afastou os cobertores, procurava sugar todo seu sangue e a transformar.

Era um homem completamente sem expressão. E agora estava sobre a princesa, nada lhe impediria de trazê-la para si. A suspendeu segurando a sobre os ombros, seu rosto corado era mais um chamariz para a vontade do vampiro. Fincou suas pressas sobre o pescoço onde estava uma deliciosa veia pulsante. E mesmo assim ela não acordou, seu rosto embranqueceu e ávida se foi. Ele a colocou novamente sobre os cobertores, como se nada devesse acontecido. E se foi!

O dia seguinte contaria sua história.             

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

ABISSAL


NAS PROFUNDEZAS DO MAR, nas rachaduras da crosta recobertas por milhões de litros de água salgada. Onde nenhum ser terrestre teria a oportunidade de estar presente, sem morrer muito antes de chegar naquelas trevas absolutas. Criaturas fantásticas perambulam e se rastejam as cegas, a espreita umas das outras.

Seres em que a imaginação mais doentia teria dificuldades em formar. Corpos transparentes que se pode ver todo seu sistema circulatório, com tentáculos luminosos. grandes mandíbulas, com espetos em forma de tentes, capazes de se expandir e engolir criaturas de maior porte.


Nesse local a vida é mais sombria, coisa que não teria a menor importância para seus moradores que não tem nenhuma forma de pensamento em seus corpos. Lá eles estão e vão ficar por milhões de anos, resistindo e se devorando uns aos outros.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

HOLOGRAMA



QUATRO FACHOS DE LUZ saem de cada canto da sala se concentrando em um único ponto. Um vulto indistinguível surge criando forma.

- Mas o que é isso, Elias? – e aponta em sua frente, a moça que aparece como se fosse um fantasma surgindo do nada.

- Oh, rapaz, como você pode me fazer uma pergunta dessas? É impossível não saber o que é?  
- Esta bem... Um holograma!

- Sim e não, não é apenas um holograma que estou lhe mostrando. Venha! 

Dizendo isso, caminha em direção ao meio da sala. Onde esta a mulher que acabara de se formar.

- Como vai, Lívia.

- Estou bem, doutor.

- Trouxe Rafael para conhecê-la. Ele é jornalista!

Lívia lançou um olhar em Rafael, que se aproximou bem perto para ver as falhas no holograma.

- Toque nela – disse Elias, aparentando ansiedade.

- Mas ela não é só um jogo de luzes. Minha mão atravessaria seu corpo?

- Garanto que não, vamos tente. Tive grandes avanços em meus estudos com a luz.

- Esta bem! 

Nervoso com a ideia de poder tocar naquele holograma, Rafael hesitou alguns segundos. Lívia lhe estende o braço e ele lhe segura a mão. Era tão real como se estivesse tocando alguém. Exceto por um fator: ela não tinha a textura e calor que se esperava vir da pele.

- Ainda tenho que me aprimorar muito mais, não é? – sorriu Elias.

- Concordo, mas já foi um grande passo, doutor.

- Sim, um grande passo! – disse Elias saindo da sala na companhia de Rafael.

As luzes se desligaram e Lívia desvaneceu no ar como se nunca tivesse existido.     
   

    
  

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

EU


UM RABISCO MEU, ALGUNS ELEMENTOS DE MEUS TEXTOS! 
EU SOU ASSIM, QUERO VIVER O QUE LEIO E SOU O QUE ESCREVO. 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

INFÂNCIA



SE COMEÇA EM UMA sala de aula com minúsculas cadeiras e mesas em miniatura, um quadro verde escuro, que suporta em cima de si vários cartazes de papel A4 com letras de A até Z em destaque. Ambiente com gosto de infância, cheiro de inocência esperada na maioria dos pequenos que estão sentados ali.

Nas janelas, muitas experiências quietas em copinhos descartáveis esperando a luz do sol. Alguma coisa está se desenvolve em um algodão com poucas gotas de água.

Muitos lápis de cores variadas, dezenas de desenhos feitos e pintados, aqui e ali um sol sorridente olhando de uma das mesas.

De repente um beija-flor aparece do nada e se move para todos os lados, chamando a atenção das crianças. Peito de um verde brilhante. Se consegui ouvir o movimento de suas assas que batem muitas vezes por segundo, se impondo sobre o som do ventilador que até alguns minutos não estava ligado.

O passarinho some de vista. Aonde foi...? Aonde foi...?

E jogado em um dos cantos da sala, com o peito atingido por uma das pás do ventilador. Algo morto ou melhor, prestes a morrer, pois o coração ainda bate.


A morte de um vermelho intenso, anuncia sua presença.  Em que as crianças não podem tocar, pois ainda não estão preparadas para essa verdade. 

PISQUE SEUS OLHOS


A VIDA PASSA EM um piscar de olhos, meu querido. Só agora eu vejo e entendo o porquê. As lembranças me abandonaram, e os momentos em que passei esperando em filas de banco e salas de espera dos consultórios  de dentistas, lendo aquelas intermináveis revistas, esses tempos já não existem mais em mim.

Exceto se conhecesse o amor de minha vida em alguma dessas salas de consultório dentário. Talvez sentado ao lado ou de frente a mim, e então meu querido, ela vai me dar aquele sorriso que pode me fazer perguntar internamente o que ela faz ali. Aí sim me lembraria de um dia de espera.

Minhas lembranças são um desses complicados quebra cabeças em que mais da metade das peças se perderam. E reunido em sua caixa, mostra um volume muito menor do que deveria.

Hoje estou vazio e cheio ao mesmo tempo. Surrado e marcado, mas isso não tem importância. O ontem, eu penso como se nunca aconteceu, mentira inventada em minha cabeça, forçada como realidade. A às vezes vivo me pegando na pergunta se realmente foi verdade.  

Agora pode ir, tenho que dormir!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

INSISTÊNCIA


PERGUNTE
TERMINE
COM ESSE MAL.

VAMOS LÁ
DIGA, QUERO ESCUTAR.
UM PONTO DE INTERROGAÇÃO!

NÃO,
 DESISTO
NÃO QUERO

UM PONTO FINAL JÁ BASTA
NÃO FALE NEM PENSE.
BASTA...

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

MOLDE





EM CADA GESTO,
PALAVRAS,
SORRISOS.

EM CADA DIA,
MOMENTOS,
INSTANTES, PRESSENTES, ÁGORAS.

TI FIZ SORRISO,
MESMO QUE NÃO EXISTAS.
TI FIZ MOMENTO,
AINDA QUE NÃO A TENHAS.



domingo, 6 de outubro de 2013

RISCO DE MORTE - CAPÍTULO V


MAIS UMA VÊS A noite veio, e o sono com ela. No simples fato de fechar os olhos, os abril descobrindo Joyce em sua frente.
- Oi! – Disse ele sorrindo, estava realmente feliz em poder voltar.
Ela o olhava séria, um pouco triste até.
- O que foi?
- Você vai ter que ir embora, meu pai não o quer aqui.
- Por quê?
- Sua presença aqui só pode trazer desgraça.
- Como posso trazer desgraça.
– Nós tínhamos muitos contadores de história eles viajavam por todo o reino - Comesa ela - Com um único objetivo o de distrair o povo. Eram adorados e cultivavam a magia em seus livros. – Apontou em direção  ao livro de Natanael. – Eles eram os únicos que tinham objetos iguais a este. Até que um príncipe invejoso quis ter um desses e tudo fez para obtelo, chegou a matar um velho contador e só assim obteve seu primeiro livro. Não se satisfez, sabia que magia antiga estava naquele livro. O leu muitas vezes, mas apena via uma história, e não descobriu nenhum sinal de magia. E foi conquistando mais livros à medida de o tempo passava. Chegou a recorrer à tortura para descobrir como usar a magia presa naquelas páginas. Hoje está com todos os livros que se tem noticia. Ou melhor, pensa que está e quando descobrir que não, vai procurá-lo a todo custo.
E os passos de Pedro se fizeram ouvir
- O garoto já está pronto?
- Sim pai!
E chegando ao quarto, dispensou Joyce.
- Tenho que conversar com você, garoto. – Disse se encostando na parede e ficando ali. – Não quero problemas e você pra mim é um problema.
- Sei, sua filha me contou – Natanael se tremia todo sem saber o que fazer.
- Melhor assim. Pensei um pouco e o melhor que você tem a fazer é atravessar a flores em direção a cidade do outro lado. – Natanael só podia escutar.
- Mas preste atenção, não deve passar a noite no meio das árvores. Tem que chegar a cidade antes que os portões se fechem. Se não você pode ser morto.
- Tudo bem
- Então se levante que tem de ir agora, sem nenhum minuto a perder.  

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Com a mochila nas costas e as explicações de Pedro, o pai de Joyce, Natanael foi em direção à floresta. Tinha que atravessa-la antes que o dia terminasse, não podia em hipótese alguma dormir nela.
O dia mal avia começado e, as luzes ainda despontavam do firmamento, a grama molhada pela serração. Natanael virou-se para trás e vil Joyce que lhe dava um ultimo adeus.
- Vamos em frente então, rumo à aventura. – Disse ele entusiasmado.
As árvores enormes, de troncos nodosos e cascas quebradiças, o esperavam, para todos os lados folhas cobriam o chão. Tinha que caminhar em frente e manter a direção que lhe fora mostrada.
Depois de um tempo resolveu pegar o livro e folhea-lo quem sabe não encontraria alguma resposta, ou algum jeito de controlar a magia que se escondia naquelas páginas. Passou a dividir a atenção entre o caminho e o livro até que parou em uma gravura.
Mostrava uma espada, feita com poucos traços em um contraste de claro e escuro no papel.
- Que espada, acredito que me seria bem útil ter uma. - Natanael pesou nisso durante muito tempo.
As horas passaram e metade do caminho ainda não avia sido percorrido.
Depois de muito tempo caminhando. Ah distancia vil enormes muros que abrasavam a cidade, seu ataque de euforia foi cortado por perceber que os portões estavam fechados. Teria que dormir do lado de fora, já era noite e os sons da floresta se tornaram sombrios.
Olhava para todos os lados e via olhos que o espreitavam, gravetos quebrando eram sinal de algum animal se aproximando.
- Que bobo sou, se algum mostro quiser me pegar não vou perceber. - Disse isso tentando se animar.
Acomodou-se perto de uma grande raiz e tentou dormir com a esperança de acordar novamente em seu quanto, mas o sono não vinha e as sensações da floresta se intensificaram.
Olhos ferozes o observam.
Acordou com um leve rosnado que vinha em sua direção, demorando a perceber o perigo que corria. Que estranho não tinha acordado em seu quarto novamente, mas na verdade nem avia começado a dormir. E agora o rosnado que vinha do escuro a sua frente era um mal pressagio.                 
Não acreditava no que via, ele existia e agora Natanael corria risco de morte. Um enorme cão negro estava prestes a se jogar sobre ele. - A melhor das opções que poderiam acontecer era se transformar em um deles, pois acreditava que era um lobisomem. E a pior, ser estraçalhado naquele estante em milhões de pedaços. - rosnava e dentes amarelos e pontiagudos apareciam a todo estante. Natanael não sabia o que fazer, estava petrificado suas pernas não funcionavam e alguma coisa lhe dizia, não adiantaria correr, que em dois passos que desse para trás seria pego no mesmo estante.
- O que fazer? - Pensava em uma velocidade inacreditável, revisando as ações de seus heróis. - Se amenos tivesse uma espada teria uma chance de me defender. - Pensou, fechou os olhos, acreditando que aquele era seu último momento de vida. pôs-se a imaginar o que faria com a espada se acaso a tivesse. fechando o punho esquerdo, pois era canhoto, e o sopesando sentindo o peso da espada imaginaria. de repente se espantou estava realmente segurando algo... e era uma espada. sem parar para imaginar de onde ela veio, esperou a investida do animal que foi rápida, também ele o foi decepando sua cabeça. o corpo inerte o derrubou, deixando sem sentidos.